ATA DA QUADRAGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 23-5-2005. 
Aos vinte e três dias do mês de maio de dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Margarete Moraes, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Ibsen Pinheiro, João Carlos Nedel, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Maristela Maffei, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Sebastião Melo e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Trigésima Quinta, Trigésima Sexta e Trigésima Sétima Sessões Ordinárias e da Décima Primeira e Décima Segunda Sessões Solenes, que deixaram de ser votadas, em face da inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Aldacir Oliboni, o Projeto de Lei do Legislativo nº 158/05 (Processo nº 3168/05); pela Vereadora Clênia Maranhão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 159/05 (Processo nº 3169/05); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 021/05 (Processo nº 3090/05); pelo Vereador Márcio Bins Ely, o Projeto de Resolução nº 099/05 (Processo nº 3044/05); pela Vereadora Maria Celeste, o Projeto de Lei do Legislativo nº 157/05 (Processo nº 3136/05); pelo Vereador Raul Carrion, o Projeto de Lei do Legislativo nº 120/05 (Processo nº 2507/05); pelo Vereador Sebastião Melo, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 321/03 (Processo nº 4338/03). Também, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Sebastião Melo, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 023/02 (Processo nº 0705/02). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 10186312, 10187710, 10187882, 10187959, 10187962, 10188346, 10188546, 10188551 e 10188614/05, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Roberto de Azevedo e Souza, integrante da Associação Brasileira para Promoção da Participação – PARTICIPE, tecendo considerações a respeito da criação dessa entidade e debatendo a participação popular e o papel da universidade como alternativas de mudança na sociedade contemporânea. Nesse contexto, comentou desigualdades sociais existentes no País, citando dados relativos à concentração de renda no Brasil e apontando as principais causas e conseqüências desse quadro social. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Claudio Sebenelo, Manuela d'Ávila, Neuza Canabarro, João Antonio Dib, Carlos Comassetto, Maurício Dziedricki e Professor Garcia manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Jesus Humberto Coffy Rodrigues, Secretário de Habitação do Município de Canoas – RS. Às quatorze horas e cinqüenta e um minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e dois minutos, constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, o Senhor Presidente cumprimentou a Vereadora Margarete Moraes pelo retorno a esta Casa, após período em que esteve de Licença para Tratamento de Saúde. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Ibsen Pinheiro posicionou-se favoravelmente à instalação de Comissão Especial a fim de reavaliar pontos do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental do Município de Porto Alegre, elogiando a iniciativa da criação dessa Comissão e ressaltando a importância desse Projeto para o desenvolvimento da Cidade. Ainda, dissertou acerca do Projeto de Resolução nº 103/05, de sua autoria, que trata da ordem dos trabalhos nas Sessões Plenárias. Na oportunidade, por solicitação dos Vereadores Carlos Todeschini, Professor Garcia e Mario Fraga, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma, respectivamente, ao Senhor Cláudio Campos, Secretário-Geral do Movimento Revolucionário Oito de Outubro – MR8 – e Diretor do jornal Hora do Povo, falecido no dia vinte de maio do corrente; à jovem Júlia Manfroi Rosito, falecida no dia vinte e um de maio do corrente; e ao Senhor Celso Silveira, Líder Comunitário do Bairro Belém Novo, falecido hoje. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador João Antonio Dib discursou sobre a Comissão a ser instalada nesta Casa com a finalidade de revisar o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre, elogiando a figura do ex-Prefeito José Loureiro da Silva, que transformou em Lei o Plano Diretor. Ainda, justificou a necessidade de que sejam dadas condições para que a revisão do Plano Diretor seja aquela que realmente atenda aos anseios da coletividade. Em prosseguimento, o Senhor Presidente registrou sua participação, a convite do Jornal do Comércio, no ato de entrega do troféu Destaques JC 2004, realizada hoje, no Salão de Convenções da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul – Fiergs, saudando essa Federação pelo transcurso do seu septuagésimo segundo aniversário. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Sofia Cavedon avaliou as políticas públicas adotadas pelo Conselho Municipal de Educação – CME, salientando que as melhorias observadas nessa área são decorrentes também das ações da Associação dos Educadores Populares de Porto Alegre – AEPPA. Sobre o tema, criticou o Governo do Estado por diminuir a participação popular no desenvolvimento e manutenção da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul – UERGS. O Vereador Carlos Todeschini citou reportagens publicadas no dia vinte e um de maio do corrente, em jornais locais, a respeito da campanha para melhorar as condições do Instituto de Educação, mencionando mutirão realizado por pais, professores e alunos em prol da limpeza e conservação do prédio dessa escola. Também, noticiou visita a unidades do Projeto Telecentros, no dia vinte de maio do corrente, afirmando que esses locais estão em situação de abandono. O Vereador Claudio Sebenelo contraditou informações divulgadas pelo Vereador Carlos Comassetto de que o Governo Federal teria aumentado o repasse de verbas para a área da saúde pública em Porto Alegre, alegando que o jornal Folha de São Paulo do dia vinte e dois de maio do corrente publicou reportagem intitulada “Gasto com saúde cai no Governo Lula” contendo dados que, segundo Sua Excelência, demonstram a queda nesses investimentos. Na ocasião, o Vereador Carlos Comassetto formulou Requerimento verbal solicitando informações relativas à tramitação do Requerimento nº 081/05, de sua autoria, apregoado na Décima Primeira Sessão Ordinária, acerca do repasse de recursos do Estado ao Município de Porto Alegre para o gerenciamento do Sistema Único de Saúde, tendo o Vereador Claudio Sebenelo se manifestado sobre o assunto. Em Comunicações, a Vereadora Neuza Canabarro, enfocando a preocupação histórica do Partido Democrático Trabalhista com a área da educação, debateu as carências desse setor em Porto Alegre. Nesse sentido, lembrando o período em que o ex-Prefeito Alceu Collares governou a Cidade, afirmou ser um equívoco a alegação de que faltam recursos para investimentos nessa área, quando, segundo Sua Excelência, o que falta é competência administrativa para gerenciar esses recursos. O Vereador Ervino Besson saudou o retorno da Vereadora Margarete Moraes à atividade parlamentar após período em que esteve de Licença para Tratamento de Saúde. Ainda, defendeu a criação de Comissão Parlamentar de Inquérito sobre denúncias de corrupção em órgãos do Governo Federal. Finalizando, afirmou que o Partido dos Trabalhadores não deveria se opor à criação dessa CPI, justificando que acusações de corrupção prejudicam a imagem que a população tem dos políticos. A Vereadora Manuela d'Ávila relatou sua presença na reunião preparatória do Fórum Gaúcho da Juventude, mencionando discussões realizadas nesse evento sobre temas relacionados a políticas públicas voltadas para uma maior inclusão dos jovens na sociedade. Também, apontou Projetos em tramitação neste Legislativo que, na sua opinião, contemplam a juventude de Porto Alegre. Além disso, desejou boas-vindas à Vereadora Margarete Moraes no seu retorno à Câmara Municipal. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Professor Garcia lamentou a morte da jovem Júlia Manfroi Rosito, que se afogou surfando em Cidreira, e cobrou o cumprimento da regulamentação estadual sobre a pesca em locais usados para prática de esportes aquáticos. Nesse sentido, procedeu à leitura de trecho da Lei Estadual sobre o assunto, alertando para a possibilidade de que outros acidentes fatais ocorram, caso não sejam tomadas medidas preventivas pelo Governo do Estado. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 183/03, 128, 130, 132 e 139/05, discutidos pelo Vereador João Antonio Dib, 135/05, discutido pelo Vereador Carlos Comassetto, 145/04 e 137/05, os Projetos de Resolução nos 053/03 e 094/05; em 2ª Sessão, o Substitutivo nº 02 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 084/03, discutido pelo Vereador Raul Carrion, os Projetos de Lei do Legislativo nos 002, 122 e 136/05, 237/04, este discutido pelo Vereador Carlos Todeschini, 133/05, discutido pelo Vereador Professor Garcia, os Projetos de Resolução nos 089, 091, 092, 093, e 082/05, este discutido pelo Vereador Raul Carrion; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 090, 125, e 016/05, este discutido pelo Vereador Raul Carrion, 118/05, discutido pelos Vereadores Professor Garcia e Carlos Todeschini, o Projeto de Lei do Executivo nº 006/05. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Todeschini analisou o Requerimento em debate no Senado Federal, de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito para averiguar denúncias de corrupção junto à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT. Ainda, defendeu a atuação do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva como Presidente da República, enfocando dados relativos à gestão pública do Governo Federal nos setores de saúde, habitação, segurança e saneamento básico. O Vereador Luiz Braz teceu críticas à atuação do Partido dos Trabalhadores no que se refere aos Governos por ele administrados, sustentando que esse Partido não tem a preocupação com o real desenvolvimento do País. Ainda, defendeu a instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar irregularidades na Empresa de Correios e Telégrafos, justificando que as denúncias levantadas pela imprensa merecem ser averiguadas até o final. O Vereador Márcio Bins Ely avaliou a importância da criação da Secretaria Municipal da Juventude, como instrumento para concretização de políticas públicas em prol dos jovens porto-alegrenses. Sobre o assunto, analisou o Projeto de Lei do Legislativo nº 124/05, de sua autoria, que institui o Estatuto da Juventude, e o Projeto de Resolução nº 094/05, de autoria da Vereadora Maria Celeste, que inclui o termo “Juventude” na denominação da atual Comissão de Educação, Cultura e Esportes. O Vereador Raul Carrion, classificando como positiva a gestão do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva como Presidente da República, aludiu especialmente às ações federais direcionadas ao combate à corrupção. Igualmente, apoiou a atuação do Governo Federal nas áreas de política externa e de saúde, declarando que o Brasil hoje é visto como liderança mundial e citando medidas divulgadas na imprensa, de redução de alíquotas de imposto em produtos usados na fabricação de medicamentos. O Vereador Sebastião Melo cumprimentou a Vereadora Margarete Moraes pela decisão de doar um rim ao marido. Também, questionou posições assumidas pelo Partido dos Trabalhadores, contrárias à instauração de Comissão Parlamentar de Inquérito relativa a denúncias de corrupção na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, abordando matéria a esse respeito publicada na edição nº 1906 da revista Veja, intitulada “Corruptos – Estamos perdendo a guerra contra essa praga”. O Vereador Paulo Odone debateu o Projeto de Lei do Legislativo nº 084/03, de autoria do Vereador Raul Carrion, que assegura o pagamento de meia-entrada a estudantes em espetáculos culturais, esportivos e de lazer. Ainda, esclareceu as razões do Substitutivo apresentado por Sua Excelência a esse Projeto, garantindo o direito à meia-entrada mediante a apresentação de documento nacional de identificação e não de carteira de identificação estudantil, conforme constava na proposta original. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Mario Fraga, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em prosseguimento, foram aprovados os seguintes Requerimentos: de nº 135/05 (Processo nº 2969/05 – Sessão Solene para entrega do Prêmio Dilamar Machado aos jornalistas que se destacaram na cobertura do Carnaval de Porto Alegre e ao melhor Presidente de Escola de Samba de cada grupo), de autoria da Mesa Diretora; de nº 154/05 (Processo nº 3195/05 – Período de Comunicações para assinalar o transcurso do aniversário de fundação do Partido Democrático Trabalhista), de autoria do Vereador Mario Fraga. Após, foi aprovado o Requerimento nº 153/05 (Processo nº 3173/05 – Moção de Solidariedade à comunidade judaica, pela ação violenta cometida por três “skinheads” contra um grupo de jovens judeus), de autoria da Vereadora Mônica Leal, por vinte e sete votos SIM, após ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores Adeli Sell, Manuela d’Ávila, Mônica Leal, Claudio Sebenelo, Professor Garcia, Ibsen Pinheiro e João Antonio Dib, em votação nominal solicitada pela Vereadora Sofia Cavedon, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Em continuidade, foi votado o Requerimento nº 143/05 (Processo nº 3000/05 – Moção de Apoio e Solidariedade às ações da Polícia Federal, através da “Operação Hidra”, que levou à prisão de contrabandistas), de autoria do Vereador Adeli Sell, o qual obteve dezesseis votos SIM, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Adeli Sell, Raul Carrion, Bernardino Vendruscolo, Sofia Cavedon, Claudio Sebenelo e Ervino Besson, em votação nominal solicitada pelo Vereador Professor Garcia, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Ervino Besson, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Paulo Odone, Professor Garcia e Valdir Caetano, votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente, em face da inexistência de quórum deliberativo. Às dezoito horas e vinte e quatro minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói Guimarães, Nereu D’Avila e Luiz Braz e secretariados pelos Vereadores Nereu D’Avila e Haroldo de Souza, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Nereu D’Avila, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Roberto de Azevedo e Souza, Associado, representando a Associação Brasileira para Promoção da Participação – PARTICIPE, está com a palavra, para tratar de assunto relativo à participação popular como alternativa de mudança social e o papel da universidade, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. ROBERTO DE AZEVEDO E SOUZA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores aqui presentes muito boa-tarde; primeiramente, eu gostaria de agradecer a esta Casa pela oportunidade de eu estar ocupando esta tribuna e assim estar colaborando com este Legislativo no exercício da cidadania, na medida das minhas possibilidades; e quero estender este agradecimento à minha Associação, a Associação Brasileira para Promoção da Participação – PARTICIPE, e em especial, Sr. Presidente, ao Dr. Markus Brose, por eu poder estar aqui, neste momento, com muita honra representando–a.

Para quem não conhece, a PARTICIPE, como nome bem a descreve, se empenha pela participação do povo nos mais variados ambientes. Ela foi criada em 2000, no Rio Grande do Sul, e se espalhou por todo o território nacional, contando, assim, com sócios em diversos Estados da Federação, constituindo-se numa verdadeira rede nacional. Com o propósito de congregar os sócios e proporcionar a divulgação da idéia e da experiência da participação, ela publica a revista Participe, que se encontra na sua sétima edição. Salienta-se que a participação é de grande importância para a nossa sociedade, pois favorece o exercício da cidadania, e, assim, a organização da sociedade civil. Para os que estiverem interessados em melhor conhecê-la, trouxemos alguns exemplares da revista. (Mostra revista.) Passemos ao nosso tema. Nós vamos abordar um assunto de grande importância para o País, tratam-se das nossas terríveis, cruéis, injustas e obscenas desigualdades sociais.

Iniciamos a nossa intervenção com um ligeiro histórico para assinalar que a nossa luta não é de hoje. O nosso primeiro estudo foi a Dissertação de Mestrado apresentada em julho de 1988, na PUC, Rio Grande do Sul, e que prosseguiu com a Tese de Doutorado: "Participação Popular, uma alternativa de mudança social - o papel da universidade", apresentada em Paris, em novembro de 1994. Portanto, há mais de dez anos. Para se ter uma pequena idéia do que sejam essas desigualdades, cito um único dado, para não ser cansativo e pelo fato do meu tempo ser curto. Trata-se da concentração de renda. Constatou-se que os 20% das pessoas mais ricas do País ganham 25 vezes mais do que os 20% mais pobres. Convém lembrar que nos países chamados de Primeiro Mundo essa relação é da ordem de somente cinco vezes. Portanto, a nossa disparidade com esses países é cinco vezes maior. Assim, nós chegamos a ser um dos campeões mundiais em questão de desigualdades sociais. No entanto, muitos falam sobre isso como se fosse algo muito distante e que não nos atingisse. Mas atinge sim; e como! Pois elas geram fortes tensões sociais de violência. Quais serão as causas dessa terrível iniqüidade? O nosso estudo apontou, entre outras, duas grandes causas. Não são as únicas, eu chamo a atenção, são as principais causas. Uma, provocada pela dominação dos países do Norte, principalmente dos Estados Unidos, a partir da II Guerra Mundial; a outra, é provocada pela dominação das oligarquias regionais, que reproduzem a dominação externa, pois, as nossas elites estão muito mais ligadas à dominação externa - através do sistema financeiro, do comércio, da alta tecnologia, etc. - do que ao povo.

Quanto às alternativas de superação encontradas, que fazem parte de uma estratégia global, eu chamo bem a atenção, porque não estou dizendo que com a minha intervenção, aqui, esgote-se o assunto das desigualdades sociais, apenas atinge aqueles dois pontos estratégicos que eu quero salientar. Para o segundo tipo de dominação, a dominação interna das elites, é sugerido o desenvolvimento da sociedade civil, através da participação popular, que é o tema aqui desta revista, da entidade que represento. (Mostra a revista.) Todavia, os estudiosos dos movimentos sociais dizem que essa participação é muito localizada, sem articulação territorial, muito imediatista, sem uma visão teórica e é facilmente cooptável. A única exceção digna de registro dessa característica, dessa caracterização que falei agora, é o MST. Todos os outros podem dar, no máximo, sobrevida aos seus membros, sem, contudo, alterar a situação social de miséria. Dessa maneira, é preciso se socorrer de outro agente que lhe supra essas deficiências.

Por outro lado, os estudiosos das nossas universidades, como Florestan Fernandes, Darcy Ribeiro, Cristóvam Buarque, Pedro Demo, Roberto Gurgel e tantos outros, dizem que ela constitui a elite social do País, e, por ser acrítica, reproduz as demais elites, chegando a ser um braço forte da exclusão social.

Ora, se quisermos mudar este País, é preciso mudar muita coisa, e podemos até chegar a fazer a Reforma Agrária, mas se não trocarmos a pedagogia acrítica por uma crítica da realidade concreta, não mudaremos praticamente nada. Se fizermos essa mudança, da pedagogia da dominação acrítica pela pedagogia da crítica, poderemos pensar num binômio: ensino/sociedade - isto é, juntar todo o ensino, desde a creche até o último grau universitário, à sociedade, para que ambos, num processo dialético, se reformulem: os movimentos sociais, a sua práxis, e o ensino, a sua crítica, e, conseqüentemente, a sua teoria. Assim teremos todo o ensino à disposição da população organizada, participante, ajudando a encontrar as soluções para os seus diversos problemas.

Segundo Paulo Freire, o conhecimento da realidade liberta. Vai ao encontro desse objetivo a chamada escola aberta - durante os sete dias da semana -, a escola com tempo integral, etc.

Isso nos faz lembrar as duas perguntas básicas a respeito da universidade: nós temos este País porque temos essa universidade ou temos essa universidade porque temos este País? Para mim é óbvio. Outra pergunta básica: universidade para quê? Universidade para quem?

O ensino não deve ser apenas para alguns milhões de privilegiados e, sim, para todo o povo brasileiro, através desse contato que mencionamos.

Este último comentário é a respeito da chamada Reforma Universitária, pois não podemos falar em reforma quando se trata de uma simples acomodação administrativa, sem mudar os conteúdos do ensino.

Nós, sim, propomos uma verdadeira revolução coperniciana, pois estamos indicando uma mudança radical e de estrutura. Ou seja, assumir a posição crítica da realidade regional concreta, pois ela é altamente heurística e libertadora. Ainda, segundo Paulo Freire, essa liberdade significa a passagem da situação de todo o povo brasileiro de objeto para sujeito.

Quanto à alternativa para superar a primeira dominação – lembrem-se de que eu falei em duas dominações: uma externa e a outra interna -, chamo a atenção para o histórico que citei, para mostrar que o que está acontecendo no Continente já estava indicado na nossa tese mencionada; isso no começo da década de 90. A alternativa indicada é a união dos países latino-americanos, ou no mínimo dos sul-americanos, reunindo o Mercosul e o bloco andino num único bloco, independentemente da famigerada ALCA, que os norte-americanos querem nos impingir.

Este nosso bloco, assim, terá condições político-econômicas para dialogar, em igualdade de condições com a União Européia e com os demais blocos asiáticos e dos povos árabes, como é o caso da recente Cúpula dos Países Sul-Americanos. Lembro que em 1964 já falávamos neste assunto.

Contudo, o nosso bloco deverá ter na sua direção, não somente líderes políticos e empresariais, mas, também, os demais representantes da sociedade civil dos países membros. Isso porque não se busca unicamente lucros, mas, sim, melhores condições de vida para os nossos povos.

Quem se interessar por este assunto, de enorme importância para o País, e desejar colher mais subsídios, pode acessar a nossa home page - www.rasouza.cjb.net -, que está recém-cadastrada nos grandes programas de pesquisa na Internet para que se possa debater essas idéias em nível nacional e latino-americano. Muito obrigado. Convido a todos para essa grande mudança. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Convidamos o Sr. Roberto de Azevedo e Souza a fazer parte da Mesa.

O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Roberto de Azevedo e Souza, da ilustre família que conheci no ex-IAPI, tão saudosa e de uma época magnífica, quero cumprimentá-lo pela questão do processo de participação. A sua visão me parece perfeita. A pergunta é essa: em que a participação melhora a qualidade de vida de uma população? E isso tem implicações diretas com as nossas instituições, especialmente com a universidade, com uma repercussão em grande escala no mundo inteiro.

Hoje a participação é vista de várias formas, seja ela um método de governo, seja ela espontânea - de baixo para cima -, e, especialmente, quando se fala em participação, nós queremo-na de forma isenta, descontaminada, enfim, uma participação que não decorra de um processo de infecção ideológica, em que os discursos ficam absolutamente uniformes, homogêneos e sem projeto de contestação. Mais do que isso, a credibilidade da participação, pois foi criada uma estrutura de participação em que mais de 600 obras ficaram sem a sua execução, criando um processo sério de dúvida, de incredulidade e de perda de credibilidade. Essa perda é nociva não só à melhora das relações humanas, mas principalmente à melhora das relações entre as instituições. Portanto, uma instituição que luta pela participação e que não tem credibilidade, fatalmente dará com os burros n’água. É fundamental que essa credibilidade seja alicerçada principalmente por um processo de depuração ideológica.

Meus parabéns pelo seu trabalho e pela sua coragem de vir aqui e fazer esse tipo de denúncia. Meus parabéns!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, Sr. Roberto de Azevedo Souza, da Associação Brasileira para a Promoção e Participação – PARTICIPE, em nome da Bancada do Partido Comunista do Brasil, eu gostaria de lhe afirmar os nossos compromissos. Em primeiro lugar, com a participação da população nas decisões e na tomada de consciência, fundamentalmente sobre um dos elementos colocados pelo senhor com relação à necessidade de nós conseguirmos articular um bloco que envolva o nosso Continente, os países da América Latina na busca da construção, inclusive o nosso País, e do desenvolvimento de maneira soberana, democrática, conseguindo envolver o seu povo, tanto na tomada das decisões quanto a garantir a esse povo os seus direitos.

Em segundo lugar, colocar que a nossa Bancada, o Ver. Raul Carrion e eu, está comprometida em lutar por uma universidade que, de fato, consiga envolver os brasileiros e as brasileiras na construção dessa independência que, nós sabemos, pode ser alcançada a partir da ciência e da tecnologia desenvolvida nessas universidades. Agora, sabemos, também, que não nos basta desenvolver o conhecimento nas universidades, mas que é preciso que nós consigamos ter os trabalhadores, o povo que constrói este País, dentro das paredes da universidade, dentro dos muros da universidade. E nós acreditamos que a Reforma Universitária é o momento de - com essas medidas e alterações estruturais na universidade, seja no seu currículo, seja na maneira de ingresso dos nossos jovens na universidade - buscarmos e batalharmos pela verdadeira produção de conhecimento, pela universidade que nós desejamos e sabemos que é necessária ser construída para termos um País que, de verdade, seja de todos e de todas. Parabéns pelo seu trabalho! Somos parceiros nesta luta. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Neuza Canabarro está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sr. Roberto de Azevedo de Souza, representando aqui a Associação Brasileira para a Promoção da Participação – PARTICIPE; em nome da Bancada do PDT, Vereadores Dr. Goulart, Nereu D’Avila, Mario Fraga, Ervino Besson e Márcio Bins Ely e da Bancada do PMDB, Vereadores Ibsen Pinheiro, Haroldo de Souza e Sebastião Melo, gostaria de me congratular pelo trabalho que está sendo realizado pela Associação Brasileira para a Promoção da Participação. Mas ressaltaria aqui o assunto: a participação popular como alternativa de mudança social e o papel da universidade. Realmente é muito importante nós pensarmos o papel da universidade, porque o papel da universidade tem dois focos: os mestres dirigem-se a dar aulas, a conseguir a excelência; os doutores à pesquisa. E aí é que nós teríamos de ter a universidade com o acompanhamento, controle e avaliação sistemáticos do processo de participação popular, para que não se torne simplesmente um discurso utópico e que transforme as pessoas em massa de manobra. Nós queremos que a universidade desempenhe esse papel de avaliação sistemática junto a esse fato social que é a participação popular. Muito obrigada e parabéns pela iniciativa.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente; meu caro Roberto Azevedo de Souza, V. Sª disse que é preciso mudar o País. Desde criança, eu ouço que precisa haver mudanças, e eu, neste momento, falo em nome do meu Partido, o Partido Progressista, e também em nome da Bancada do PMDB, que assim me solicitou. Nós ouvimos falar da Reforma da Universidade, da Reforma da Previdência, da Reforma Tributária, da Reforma Cambial e assim por diante, mas até parece que nós não acreditamos na universidade. A universidade deveria dar condições para todos os brasileiros viverem um pouco melhor. Acontece que os Governos se equivocaram criando universidades e mais universidades, faculdades e mais faculdades, não tendo professores suficientes para todas elas. Pelo menos não com aquele padrão de excelência que se espera de um professor, como o Professor Luiz L. Ensegner de Faria, o Professor Eugênio Brito; ou seja, aqueles professores que nós conhecemos tão bem e nos lembramos deles.

Então, nós temos muitas faculdades. O Governo deveria melhorar o nível técnico para os brasileiros, porque nós não temos lugar para todos os médicos que são formados, e muito menos para os advogados. São raros os profissionais que as universidades preparam e que conseguem lugar para trabalhar.

O Governo também precisa se conscientizar que a universidade tem de ser, cada vez mais, aprimorada, bem como tem de receber a participação das elites da população para que, cada vez mais, ela possa ser o caminho da transformação que nós precisamos fazer neste País. E eu espero que a universidade, assim como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul tem feito, possa ajudar a todos nós. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós registramos a presença, no Plenário, do Ver. Coffy, Secretário de Habitação do Município de Canoas. Nossos cumprimentos a Vossa Excelência.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Prezado Sr. Roberto de Azevedo e Souza, representando, aqui, a Associação Brasileira para Promoção da Participação – PARTICIPE -, esse tema que o senhor traz para reflexão é de grande relevância e de muita importância. A evolução da sociedade obrigatoriamente passa pela participação popular. O Partido dos Trabalhadores não é só defensor de conceitos; também, na prática, acha que a congestão tem que acontecer para que haja a evolução, principalmente no destino dos recursos públicos.

Porto Alegre construiu e é um dos embriões da participação popular, com o Orçamento Participativo. Não podemos dizer o mesmo do processo de consulta popular do Governo do Estado, que vem declinando; nem mesmo da Universidade Estadual, que foi construída para ser uma universidade popular. O problema não é o número de universidades, mas é o conceito que trabalha numa visão elitista e dissociada da realidade brasileira para aproximar as desigualdades existentes.

Neste País, neste momento, o Governo Federal está tendo a coragem de fazer a maior Reforma Universitária dos últimos 30 anos; aprofundando, justamente, as discussões das exclusões que existem em relação à universidade, seja no que diz respeito à sua acessibilidade, seja no que diz respeito à democratização dos seus espaços, para que possa tratar com eficiência e eficácia as desigualdades brasileiras. Sabemos que há um caminho ainda muito longo a percorrer, mas para a democracia participativa se efetivar, é preciso ter um entendimento dos espaços da democracia representativa, que é o nosso espaço político, e reconhecê-la como uma esfera de avanço da sociedade. Portanto, em nome do nosso Partido, os parabéns pela iniciativa e pelo trabalho desenvolvido. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, Sr. Roberto de Azevedo e Souza, representante da Associação Brasileira para Promoção da Participação, que nos traz, nesta tarde, um assunto de relevada importância: a participação popular como alternativa de mudança social e o papel da universidade. Há de se fazer um registro, em nome da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro - através dos Vereadores Elias Vidal, Brasinha, Elói Guimarães e este Vereador -, da responsabilidade com que trazemos o assunto “participação social” nos debates que enfrentamos. Existe, sim, o princípio da solidariedade, que nós comemoramos neste fim de semana, em que há a promoção e a participação da sociedade civil organizada nas diversas ações de Governo, ações de inclusão social e participação em gestão democrática. Só que essas ações devem ser de maneira concatenada, uma vez que as nossas maiores responsabilidades giram em torno do início, meio e fim das inúmeras ações propostas pelos Partidos políticos, pela sociedade financeira, pela sociedade econômica, por todos que geram e traduzem os anseios da nossa comunidade.

Então eu fico satisfeito em poder lhe fazer essa menção, em nome do meu Partido, Partido Trabalhista Brasileiro, quanto à participação social, e há de se fazer também, enquanto participação no Movimento Estudantil, referência ao tema da Reforma Universitária e à participação e ao verdadeiro papel que ela cumpre frente à nossa sociedade. De que maneira nós podemos entender a participação e a vontade de formação e qualificação profissional dos nossos jovens? Traduzindo isso em voluntariado junto à nossa comunidade. Ressalto, dessa maneira, a participação que o Partido Trabalhista Brasileiro tem na questão da participação popular como uma alternativa para resolução dos nossos maiores problemas.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra, para nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado Sr. Roberto de Azevedo e Souza, da Associação Brasileira para Promoção da Participação – PARTICIPE, primeiramente, eu gostaria de parabenizá-lo pela sua brilhante exposição, e entendemos sim que a participação popular, pela maneira como vem sendo incentivada, principalmente na nossa Capital, nos últimos anos, nós já não a vemos mais como uma alternativa, na realidade nós a vemos como a grande saída de um País que diz e quer ser democrático. É inadmissível hoje, na contingência atual, não ouvirmos todos os segmentos da sociedade.

O senhor também fala do papel da universidade. E o papel da universidade, primeiro, é trazer conhecimento. Foi falado aqui da proliferação das universidades, e sabemos que em 1998, por vontade do Ministro da Educação, Dr. Paulo Renato de Souza, houve uma grande proliferação das universidades no nosso País, passando, de uma hora para outra, àqueles que quisessem abrir cursos. Perdeu-se muito daquilo que se quer, porque a educação passou a ser um grande negócio, em vez de ser um grande elemento de conhecimento.

Portanto, parabéns por essa sua iniciativa, e eu acho sim que nós temos que ter uma retomada, cada vez mais, do conceito do que se quer e do porquê da universidade. Mas eu volto a dizer: a participação popular hoje não é mais uma alternativa, e, sim, uma exigência de todo o povo.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos saudar o Sr. Roberto de Azevedo e Souza que, inclusive, entrega uma revista à Direção dos trabalhos, a revista Participe, Revista de Participação, Cidadania e Gestão Local. Cumprimentamos V. Sª por ter trazido uma temática tão candente quanto a da participação. Agradecemos pela ilustre visita do Sr. Roberto de Azevedo e Souza, que representa a Associação Brasileira para Promoção da Participação – PARTICIPE.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h51min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães - 14h52min): Estão reabertos os trabalhos.

Cumprimentamos a Verª Margarete Moraes, que se encontra aqui plenamente restabelecida, e desejamos a V. Exª muitas felicidades e muita saúde, pelo seu magnífico gesto, que é do conhecimento da Casa. (Palmas.)

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr. Presidente, meus colegas de representação popular, resisto à tentação de abordar a ampla e variada pauta dos temas nacionais. Sempre que possível, garimpando temas locais, encontramos material suficiente para as nossas inquietações, sem prejuízo, é claro, da abordagem dos temas de sentido mais amplo.

Nós teremos uma oportunidade, proximamente, de discutir e votar, logo a seguir, uma matéria que já está na nossa Ordem do Dia, um Projeto de Resolução de autoria da Mesa Diretora, que cria a Comissão Especial para a reavaliação do Plano Diretor da nossa Cidade. Iniciativa oportuna, significativa, até pela expressiva quantidade de integrantes – quase dois terços dos integrantes desta Casa serão membros dessa Comissão. É uma oportunidade singular de discutirmos e rediscutirmos temas da nossa Cidade, talvez numa inquietação que me assalta sempre, de redefinirmos melhor a vocação de nossa Cidade - talvez devesse dizer as vocações –, porque a falta de um foco acaba numa diluição de todos os focos possíveis. E essa discussão, penso que estamos encaminhando de modo muito maduro, e espero que, na hora dos conteúdos, possamos ter o mesmo discernimento que estamos tentando agora na hora do procedimento.

Há um esforço de todas as Bancadas no sentido de que construamos essa Comissão e suas lideranças institucionais por intermédio da construção coletiva de todo o Plenário da Casa, tal como fizemos na composição da Mesa Diretora: sem exclusões com respeito à proporcionalidade e às diferenças, para que possamos, efetivamente, fazer um trabalho plural que corresponda aos interesses, às dúvidas e às necessidades de Porto Alegre.

Tenho assistido, com uma freqüência às vezes preocupante, a alguns atos de canibalismo explícito entre componentes desta Casa. Não sei se preciso me explicar: canibalismo não é o enfrentamento das posições, ainda que esse enfrentamento seja duro, veemente, até mesmo, eventualmente, com calor excessivo. Canibalismo é aquele ato que se pratica, única e exclusivamente, na intenção de atingir o nosso par, o nosso parceiro de representação, não pela diferença que devemos cultivar, mas, muitas vezes, pela fragilidade, eventualmente, pessoal.

Tenho ouvido críticas em microfones, em câmaras e em jornais em relação à atuação desta Casa. Tenho tido o cuidado de não juntar a minha voz a isso; não que sejamos incriticáveis, mas acho que este aqui é o lugar ideal para as críticas que devamos fazer ao nosso próprio trabalho. Por exemplo: tenho alguma preocupação com o esforço que devemos somar para obtermos mais agilidade e um melhor foco nas coisas da Cidade, e tenho manifestado isso a todos os colegas, independentemente de posição política ou partidária. Como alguns Vereadores, sou signatário de algumas propostas nesse sentido. Tenho falado com a Verª Clênia Maranhão, com o Ver. João Dib, com o Ver. Nereu D’Avila, com o Ver. Adeli Sell, na intenção, nessas alterações que estamos propondo, de privilegiar, se possível, a Ordem do Dia para um momento nobre da Sessão, que seria o meio da tarde, mediante uma inversão, com a discussão preliminar da Pauta, tudo voltado para que possamos ter, diariamente, se possível num momento nobre, a Cidade como tema, sem prejuízo dos espaços que todos temos: em Comunicações, inscritas, ou por Liderança, ou ainda em Grande Expediente.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado pelo aparte. Eu sou daqueles que “colocam o chapéu” da autocrítica: acho que nós somos lentos, acho que nós nos perdemos em muitos debates aqui e acho que a gente poderia discutir, e quero discutir a sua proposição. O meu único medo é o seguinte: passando a discussão de Pauta para o final, os Projetos talvez não sejam discutidos como deveriam ser aqui na Câmara; porque, nas Comissões, V. Exª que me perdoe, não há debate, pelo menos naquelas pelas quais eu passei até hoje. Pelo que estou vendo, nas Comissões, a discussão sobre os Projetos é muito precária. Obrigado.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Vossa Excelência contribui com o debate, especialmente trazendo a sua experiência. Eu gostaria de ponderar a V. Exª que estou tendo o cuidado também, nos textos propostos, para que não se esgote nem se esvazie a discussão preliminar; estamos explicitando que a queda da Sessão, que a queda da Ordem do Dia, por ausência de quórum para deliberação, não determinaria a queda da Sessão, permitindo-lhe a continuidade, com quórum para discussão ou com quórum para discussão preliminar. Doze Vereadores assegurariam a continuação da Sessão, e a falta de quórum para deliberar, que, eventualmente, decorre de uma decisão política de negar o quórum, seria assim interpretada: uma decisão de negar o quórum, o que é um direito político da representação parlamentar.

Penso também, Ver. Adeli Sell, que o simples fato de colocarmos temas da Cidade no coração da Sessão haverá de contribuir para a melhor cobertura da nossa atividade. Ainda que o enfrentamento, eventualmente, desborde da melhor conduta parlamentar, ainda assim, se isso ocorrer em torno de temas do interesse da Cidade, haverá uma melhor compreensão dos nossos co-munícipes, uma vez que compreenderão que nos dividamos, discutindo os assuntos de Porto Alegre, melhor do que compreenderiam quando discutimos o mundo ou o nosso País.

Assistimos, há poucos dias, a alguns momentos de enfrentamento forte, até mesmo com arranhões às boas regras da convivência, mas não sou daqueles que valorizam extremamente o aspecto negativo desses comportamentos; ao contrário, eu fazia até alguma brincadeira quando ocorriam ali os enfrentamentos no limite do desforço, porque, se isso ocorre na Câmara dos Lordes, ninguém pode invocar qualquer espécie de superioridade de conduta. Por isso a minha preocupação - junto, suponho, com toda a Casa - é de que nós possamos superar os enfrentamentos, contendo-os nos limites da divergência, ainda que praticada com a veemência que se impõe aos confrontos.

Por essa razão, eu peço a atenção dos colegas para estes Projetos de Resolução e para pelo menos um de alteração da Lei Orgânica, de autoria do Ver. Dib, para que a invocação do art. nº 81 possa-se produzir mediante um prazo um pouco mais amplo, já que, em seis Comissões, é difícil a tramitação em 30 dias. Eu próprio estou emendando o Projeto de Lei do Ver. Dib para incluir algo que me parece prudente. Ainda que a inclusão, Sr. Presidente, se faça mediante a invocação do art. nº 81 da Lei Orgânica, não se prescindiria do parecer, lógico que em circunstâncias adequadas à urgência urgentíssima do art. nº 81. Estou propondo que as Comissões designem relatores de Plenário, e, não o fazendo o Presidente da Comissão, poderá fazê-lo o Presidente da Câmara, para que não tenhamos o vôo cego de uma matéria que não tenha uma avaliação preliminar da Comissão de Justiça e das Comissões Temáticas. Estou convencido de que o aprimoramento do debate sobre a Cidade nos conferirá agilidade e conteúdo. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): Sr. Presidente, na sexta-feira, nós tivemos o falecimento do Sr. Cláudio Campos, que era Secretário-Geral do MR-8 e Editor do jornal Hora do Povo, falecido em São Paulo, aos 57 anos, um militante e também grande líder nacionalista que lutou pela soberania do Brasil, motivo pelo qual vimos pedir aqui uma homenagem com um minuto de silêncio. A Verª Manuela também referenda o pedido no mesmo sentido.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA (Requerimento): Gostaríamos de incluir o falecimento ocorrido no sábado de Júlia Manfroi Rosito, filha do professor Rosito e da professora Lurdes, que faleceu de forma trágica, afogada em Cidreira.

 

O SR. MARIO FRAGA (Requerimento): Gostaria de incluir nessa homenagem o Sr. Celso Silveira, um dos líderes comunitários do bairro Belém Novo, falecido hoje pela manhã.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Deferimos os pedidos.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, meus senhores e minhas senhoras, o Vereador vive alguns momentos extremamente importantes na sua trajetória durante uma Legislatura. Primeiro, vem o Plano Plurianual; depois, vem quatro vezes a Lei de Diretrizes Orçamentárias; e quatro vezes ele discute e vota, depois, o Orçamento. Mas, eventualmente, ele tem de estar atento às alterações que se fazem no Plano Diretor, até porque, em Lei, está definido o período para avaliação e revisão do mesmo, coisa que a Prefeitura não fez até agora. Quando se fala em Plano Diretor, é preciso lembrar a extraordinária figura de José Loureiro da Silva. No dia 19 de maio de 1939, portanto há 66 anos, o Dr. Loureiro presidia a 2ª Reunião do Plano Diretor - a segunda, porque a primeira reunião foi a de Instalação -, o primeiro dia de debate.

(Lê.) “Aos trabalhos, estiveram presentes, além do Prefeito o Dr. José Loureiro da Silva, que os presidiu, e um crescido número de engenheiros, médicos, técnicos, o Sr. Dr. Clóvis Pestana, pelo Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem; Paulino Gonçalves, pela Associação dos Proprietários de Imóveis; Dr. João Ferlini, pela Escola de Engenharia;” - foi meu professor - “Dr. Manoel Coelho Pereira, pela Viação Férrea do Rio Grande do Sul; Dr. Antônio Siqueira, pela Secretaria de Obras Públicas do Estado; Sr. Carlos Muller, pela Associação Comercial dos Varejistas de Porto Alegre; Sr. Henrique Maia, pela Associação Rio-Grandense de Imprensa; Dr. Basil Sefton, pelo Rotary Club; Dr. Alberto de Siqueira, pela Associação Comercial de Porto Alegre; Dr. Ivo Wolf,” - que também foi meu professor - “pela Sociedade Engenharia do Rio Grande do Sul; Dr. Rui Homero Bacelar, pelo Departamento Estadual de Higiene e Saúde Pública; Dr. Martins Gomes, pela Sociedade de Medicina; Dr. Aurélio Py, pela Secretaria dos Negócios de Educação e Saúde Pública; Dr. Adão Bueno de Araújo, pela Inspetoria Federal das Estradas; Major José Brochado da Rocha, pela 3ª Região Militar.” Nesse dia, no seu pronunciamento, Loureiro dizia que, na década de 60, Porto Alegre teria um milhão e trezentos mil habitantes. E foi o que aconteceu na realidade. Loureiro foi um homem extraordinário, que teve o prazer de participar da 2ª Reunião do Plano Diretor, e, 22 anos depois, transformado em lei, aplicá-lo como Prefeito novamente da sua Cidade. A esse Plano, que inicialmente teve uma área delimitada, foram acrescidas as quatro extensões: A, B, C e D. E aí eu tive a felicidade de, como Secretário de Transporte, Diretor do DMAE, Assessor-Engenheiro, começar a participar, como também participei do 2º Plano Diretor quando eu era Secretário de Obras. O Plano Diretor elaborado na Administração Guilherme Socias Vilella foi, no meu entendimento, o melhor de todos os Planos Diretores que nós tivemos nesta Cidade, mas foi um Plano Diretor amplamente debatido no Executivo. E, antes de ser encaminhado para o Legislativo, o Plano Diretor foi convocado dez vezes consecutivamente, durante cinco dias, reunião de manhã, reunião à tarde, artigo por artigo, foi debatido e revisado. Então, aí foi encaminhado para a Casa do Povo de Porto Alegre.

O Dr. Loureiro da Silva, tenho certeza, não entenderia uma Comissão de 23 Vereadores - em 35 Vereadores – para examinar um dos problemas mais importantes para a vida da Cidade, sem dúvida nenhuma, que é o Plano Diretor. Porque a Lei de Diretrizes Orçamentária e o Orçamento terminam sendo rotina, são números e números, que são analisados com mais facilidade; mas o Plano Diretor é dinâmico, é vivo, flui, e nós precisamos dar condições para que esse Plano seja realmente aquele que atenda aos anseios da nossa coletividade.

E será que, com uma Comissão de 23 Vereadores para explicar aos outros 12 Vereadores o que está acontecendo, vamos conseguir? Eu nunca vou poder entender essa Comissão de 23 Vereadores, entre 35 Vereadores, já que o Presidente não participa das Comissões. Talvez, até, se houvesse duas Comissões, uma para estudar uma parte do Plano e a outra para estudar a outra parte do Plano, talvez, fosse inteligível; mas, dessa forma, eu não posso entender. É um assunto eminentemente técnico, não pode ser político, e a Cidade espera a solução e não a diversificação que se quer aqui: quem vai ser presidente? Quem vai ser relator? Quem vai ser sub-relator? Quem vai ser vice-presidente? Nós precisamos é solucionar, já que a avaliação está atrasada - o Plano é de 1999, e nós estamos em 2005.

Vou ler aqui um trecho que foi escrito por mim (Lê.): “Como definiu Coelho de Souza: ‘Loureiro foi Bacharel-Engenheiro’. Gostava de Projetos e mais ainda da transformação dos mesmos em obras. No seu Plano de Urbanização, lançou as bases para tudo que viria a ser feito em matéria de Plano Diretor da nossa Capital.

“No seu relatório estão previstas as perimetrais e radiais.

“Foi sugerido local definitivo para a Rodoviária: ‘no prolongamento da Av. Mauá, próximo ao Frigorífico do Estado, no Cais do Porto’. Não poderia haver melhor escolha. Lamentavelmente, a Câmara não autorizou o Prefeito Telmo Thompson Flores a executar a elevada sobre a Mauá, que eliminaria os problemas de trânsito que hoje existem na área.

“Indicou como melhor lugar para o Campus da Universidade ‘local excêntrico, fora da periferia, no limite leste do vale do Riacho, entre as Avenidas Bento Gonçalves e Protásio Alves, lindeiro às propriedades da Escola de Agronomia’.

“’As perimetrais’, dizia o relatório,’“têm a função de ligar os diferentes setores urbanos e as radiais entre si, completando o sistema circulatório. Atualmente não possuímos nenhuma ligação perimetral completa.’”

Nem a 3ª Perimetral está completa; ela estava aberta, agora foi ampliada, mas algumas obras ainda precisam ser realizadas.

“Para 1ª Perimetral, a única solução” - dizia o trabalho – “será a abertura de um túnel de ligação, projetado na Rua da Conceição e Sarmento Leite” - lá está o túnel. Lamentavelmente, a Faculdade de Arquitetura foi construída em um ponto que contrariava o próprio Plano, porque o Reitor, à época, achou que assim deveria fazer e fez.

“O hipódromo deveria ser transferido para o Cristal e, com pequeno aterro, retificando a praia, obter-se-ia a área necessária.

“O local onde se situava o Jóquei Club seria transformado em parque. O nosso Parque Moinhos de Vento” - que todos nós conhecemos bem.

“O Pronto Socorro foi planejado para ter oito pavimentos, e as fundações foram lançadas nesse sentido. Construíram três e, posteriormente, Thompson Flores construiu mais um.

“Na Av. Carlos Barbosa foi projetado um estádio de futebol, inclusive sendo apresentada uma maquete. Seria o futuro Estádio Olímpico?

“Ao tratar de transporte coletivo, afirmava: ‘quando não mais se puder resolver o problema do transporte coletivo no mesmo plano de tráfego restante, a solução será O Metropolitano ou o trem subterrâneo.’”

Esse era o homem que tinha visão das necessidades da nossa Porto Alegre, da sua amada Porto Alegre, e nesse extraordinário trabalho, que foi elaborado em 1943, portanto, há 62 anos, mostra que o Plano Diretor poderia fazer a Cidade crescer de uma forma correta, ordenada. E foi até com essa preocupação que ele, em 1939, contratou o Serviço Aéreo Cruzeiro do Sul para fazer o primeiro levantamento aerofotográfico de Porto Alegre, para que se pudesse projetar um Plano Diretor à altura. Mas eu tenho a absoluta convicção de que, com 23 Vereadores, não é uma Comissão a ser realizada. Vinte e três vão ter que explicar para os outros 12; se fosse o contrário, eu até entenderia. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Quero dizer que tivemos a oportunidade, a convite do Jornal do Comércio, que está fazendo 72 anos, de participar do ato de entrega do troféu Destaques JC 2004 para profissionais e instituições que se destacaram, no ano, em suas atividades. Hoje também comemoramos o Dia da Indústria. Nós queremos aqui saudar o Jornal do Comércio pelo seu aniversário bem como as pessoas que receberam os Destaques. Fica, portanto, este registro.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Carlos Comassetto.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Elói Guimarães, Presidente dos trabalhos, nobres Pares, Vereadores e Vereadoras. Hoje a tarde começou com o tema da participação popular, e eu gostaria de tratar, aqui, exatamente de dois caminhos divergentes em relação à participação popular. E trata-se também, por coincidência, da universidade. Em Porto Alegre, pela caminhada participativa de construção das políticas públicas, que foi da discussão do Orçamento à construção das diferentes políticas setoriais, uma delas, as políticas para crianças e adolescentes, especificamente a regulamentação da educação infantil, foi uma caminhada coletiva, permeada pela participação popular.

O Conselho Municipal de Educação emitiu uma norma só depois de fazer longo processo de debate com o que havia de constituído em educação infantil na cidade de Porto Alegre. Bem diferente do Conselho Nacional, Verª Neuza, que emitiu uma norma - e o Conselho Estadual, aqui, também trabalhou nesse sentido - que era muito fora da realidade, estabelecia um professor por turma, imediatamente, em cada atendimento de educação infantil.

O Conselho Municipal de Educação conseguiu, sabiamente, fazer uma leitura da realidade, respeitar o que havia constituído e estabelecer metas de qualificação, de melhoria do espaço e qualificação dos professores. Isso se deveu ao protagonismo dos educadores populares da cidade de Porto Alegre, educadores que atuam nas creches, no SASE, no atendimento extraclasse ao aluno, que atuam em abrigos, que atuam na educação de adultos, que se organizaram numa associação – AEPA – Associação dos Educadores Populares, e que, por dentro do Fórum das Entidades, por dentro do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, puderam ser protagonistas de uma norma e também de uma luta, não para que a norma sedimentasse a situação que havia, mas para que o Governo Municipal, que as parcerias promovessem uma formação continuada.

E é nessa luta que o Governo Municipal acaba abrindo dois Cursos de Magistério, curso normal, na Escola Municipal Emílio Meyer e na Escola Municipal Liberato Salzano Vieira da Cunha, para a formação desses educadores populares.

E, nessa luta, nesse fortalecimento da luta é que nasce, na UERGS, resultado da participação popular, do Orçamento Participativo, no Estado, o Curso de Educadores Populares, Curso de Pedagogia, em Porto Alegre, para educadores populares. Exatamente os mesmos educadores que não tinham nem o Ensino Fundamental, quando começou a discussão da regulamentação da Educação Infantil, estão, hoje, na UERGS, 150 deles, fazendo nível superior, resultado dessa luta e dessa caminhada.

Mas o que acontece quando o Governo Rigotto assume o Estado do Rio Grande do Sul? Ele começa a fechar a entrada nos Cursos de Pedagogia.

E essa conquista, emocionante para as mulheres que atuam na rede de proteção à infância, em toda a periferia desta Cidade, foi barrada. Estão lá, as 150 alunas, bravamente, cursando o 6º semestre do curso; porém, não foi possível abrir mais nenhuma turma. Como gritam os estudantes da UERGS porque não houve mais vestibular para os cursos de Pedagogia em sete Municípios. Como a gestão da universidade, que era resultado da participação popular, não se democratizou, não houve concurso para professores; ao contrário, criação de cargos de confiança. Recursos, o Orçamento diminuiu. Há um movimento estadual contra o desmonte da UERGS. E, agora, por fim, nós recebemos um documento, uma denúncia dos alunos que querem se formar de que a Reitoria determina que não haverá fala dos alunos. Não deixam os alunos participarem na construção da sua formatura. Vejam, vocês, o que é o recuo da participação popular e da soberania neste Estado. Sem falar na Consulta Popular, que reduziu muito os investimentos e a participação popular. E, ao mesmo tempo, temos uma contínua luta desses educadores, da população para manter essa conquista. Em Porto Alegre, o Orçamento Participativo era mantido pela cidadania ativada. As educadoras populares, ao terem a política do Pró-UNE fazem um movimento, procuram a Câmara, nos procuram, procuram o MEC, e hoje está se constituindo um curso na PUC, voltado para os educadores populares, curso esse que a UERGS terminou, ou está terminando, colocou em extinção. Então, essa é a boa notícia. A luta segue. Fecha-se uma porta, abre-se outra. O que é de se lamentar é que o Poder Público não reconheça o quanto a participação popular traz de qualidade, de democracia e de melhoria na qualidade de vida de nossas crianças. É esse registro que quero fazer aqui. Nós estamos ao lado do Comitê Estadual em defesa da UERGS, que é formado pelos seus estudantes, por democracia, por qualidade, pela garantia da conquista tão suada pelo povo do Rio Grande do Sul.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, assistência do Canal 16, que nos vê neste momento, enfim, todos que estão ligados com a gente; venho aqui para falar em dois assuntos. Um deles é acerca das questões de educação no Rio Grande do Sul, de responsabilidade do Estado, em particular do Instituto de Educação, o famoso IE, cuja reportagem foi publicada em vários jornais, no sábado, quando houve a campanha “Adotei o Instituto de Educação”, da qual tive a oportunidade de participar como pai, como cidadão também. Aquele movimento foi liderado pela Diretora da Escola, que, em conjunto com o Grêmio Estudantil, mobilizou um expressivo contingente de pais, professores e estudantes naquela escola. Foram mais de 500 estudantes participando, Verª Margarete, e todos fizeram alguma atividade; pintamos, lixamos, retiramos as pichações, enfim, houve um trabalho que demonstrou, no Dia da Solidariedade, o empenho, a dedicação, o carinho pelo Instituto de Educação, Verª Neuza, que a comunidade faz questão de preservar, e em prol do qual quer se envolver e se empenhar. Mas a situação é muito crítica, e eu venho falar para chamar a atenção da necessidade do envolvimento, também, desta Casa, pelo menos em sensibilizar a figura do Sr. Governador para que tome as providências necessárias no sentido de que o Instituto tenha condições de prosseguir, como escola tradicional que é. E V. Exª, que já foi Secretária de Educação, sabe da importância, do carinho e da disputa que existe para o ingresso no Instituto de Educação. Infelizmente, nós temos registros de que três obras de arte, pelo menos de destaque, como Garibaldi e a Esquadra Farroupilha, a Tomada da Ponte da Azenha e a Chegada dos Casais Açorianos, pintadas a óleo entre 1919 e 1923, estão sujas e rasgadas, e os cupins estão devorando lentamente as molduras. Na biblioteca principal, por exemplo, há cerca de 10.700 livros que estão danificados pela umidade, porque a chuva inunda a sala sempre que chove. Também há uma declaração da Prof.ª Norma Flack, de 65 anos, que trabalha como aposentada na biblioteca. Ela diz o seguinte: “Isso é uma pouca vergonha, uma irresponsabilidade”. Na sala 202, ao lado da biblioteca, um aviso diz: “Atenção, a turma está na sala 130. Motivo: alagamento”. Isso é da Vice-Direção, de 20 de maio, portanto de quinta-feira. Enfim, há mais, como, por exemplo, o ginásio que foi interditado em 30 de março por risco de desabamento; o único espaço disponível para os alunos praticarem o futebol e voleibol é o pátio, sempre encharcado nesses dias. E ainda há uma análise: se o ginásio permanece ou se ele será demolido, porque foi tal o grau de abandono que, praticamente, tudo degradou. Então, nós esperamos providências, porque os pais, os alunos, os professores, o grêmio estão fazendo a sua parte. Agora, o Governo também tem de fazer a sua parte. O Governo não pode abandonar a Educação.

Outro tema que me traz aqui é sobre a visita que fiz aos telecentros, agora na sexta-feira, e encontramos um trabalho feito a partir de parcerias, a partir de reuniões de esforços, um trabalho inédito. Foi criado no Governo anterior um sistema que atendeu milhares de jovens, milhares de pessoas, inclusive de todas as idades. Foi edificada uma estrutura de participação, com parcerias com o Banco do Brasil, com a Caixa, com empresas de informática e com o próprio Governo. E, desde janeiro, os telecentros estão num grau de abandono muito grande. A maior parte deles não tem mais Internet ligada, não tem mais a assistência que a PROCEMPA fazia e, em média, 50% das máquinas estão danificadas e fora de operação. Para concluir, quero dizer que esse era um trabalho de inclusão social, de desenvolvimento, de cidadania, de dar o que fazer para a juventude em especial, que às vezes passa horas na fila para acessar a Internet, para fazer um trabalho disponibilizando o computador, pois, na maioria das vezes não tem computador em casa. A juventude ficou “a ver navios”. Havia 34 telecentros montados, quando foi feita a transferência de Governo. E, agora, uma boa parte está desativada ou em sucateamento violento, e isso em menos de 5 meses de Governo. Gostaria de deixar registrado o nosso protesto, por parte deste Vereador, por parte da nossa Bancada, porque esse é um trabalho que não pode ser abandonado, é um trabalho inovador que tem de continuar! Obrigado, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, há poucos dias, o Ver. Carlos Comassetto, em seu pronunciamento a respeito de verbas para a Saúde, dizia que o Governo Federal havia aumentado muito as verbas para a Saúde depois que o Presidente Lula havia assumido. E eu, em aparte anti-regimental, dizia que era mentira, não dele – do Vereador –, mas a informação que ele dava, que era completamente antagônica ao que diz o jornal Folha de São Paulo, de sábado: “gasto com Saúde cai no Governo Lula”. Gasto federal cai na gestão Lula. A área da Saúde talvez seja um dos indicadores sociais mais importantes que existe hoje no País. E como indicador social, mostra o quanto os Governos têm sua preocupação, especialmente o Governo Federal, já que o Governo Estadual depende diretamente de verbas federais também. Nós sabemos que desde 1995, pelos dados estatísticos, havia um investimento de R$189,00 por cidadão; hoje, nós temos uma queda de mais de 10%, 11%, de 1995 para 2004, de R$189,00 para R$176,00. Pois é exatamente esse desmentido à informação dada pelo Ver. Carlos Comassetto em seu discurso. E nós queremos acentuar aqui, que, talvez, a melhor verba de desconcentração de renda é infalivelmente investir em Saúde, investir em Educação. Em Saúde e Educação é quase impossível qualquer erro do Governo no seu investimento. E como desconcentradora da renda, a área da Saúde passa a ser, hoje, no País, um sonho, não daqueles privilegiados como nós, que temos cartões de saúde, cujo seguro-saúde garante a nossa necessidade de assistência sob qualquer ponto de vista dessa área, mas especialmente quando nos reportamos às pessoas de média, baixa ou nenhuma renda. É por isso que nós entendemos, hoje, a herança recebida e que uma CPI da Saúde explicaria perfeitamente o que nós encontramos nos nossos postos de saúde. Encontramos alguns postos excelentes, como o da Lomba do Pinheiro, 24 horas, mas encontramos um outro posto, a duas paradas dali, em condições lamentáveis, com ausência de profissionais, de remédios, superlotado e com a falta de dignidade no atendimento.

E isso nós só podemos atribuir a esse decréscimo no investimento, que é manchete no jornal Folha de São Paulo de domingo, que nos dá essa triste notícia da diminuição - com o reconhecimento do Ministério da Saúde – do investimento do Governo Federal em Saúde; dinheiro esse que se destinou a outras rubricas que não a da Saúde. E isso faz com que lembremos do dito bíblico: “Faça o que eu digo, mas não o que eu faço”.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. CARLOS COMASSETTO (Requerimento): Sr. Presidente, há mais de 40 dias fiz um Requerimento a esta Casa solicitando que encaminhasse ao Governo do Estado que nos enviasse todos os repasses da rubrica Saúde que é feita ao Município. A título do que acontece hoje, por exemplo, no nosso espelho da Casa, é trazido aqui o repasse do Governo Federal de 1 milhão 695 mil ao Município de Porto Alegre. A União contribui com 64% dos recursos, 34% do Município e 2% do Estado, para que nós possamos receber esses dados e dialogar aqui sobre a política da Saúde. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, o Ver Comassetto evidentemente que não pode saber porque ele está aqui desde o dia 1º de janeiro; em outras Legislaturas, era prática a publicação de todos os recursos recebidos pela Prefeitura do Estado e do Governo Federal. Isso é feito rotineiramente há mais de 10 anos nesta Casa.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, eu só não entendi se o Ver. Claudio Sebenelo é contra o Requerimento que eu fiz para que o Estado informe o repasse que é feito à Saúde do Município.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Vossa Excelência falou que isso é feito agora. Isso não é de agora, isso é feito há mais de 10 anos nesta Casa.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Estou falando que no espelho de hoje tem 1 milhão, 695 mil reais do Governo da União repassados ao Município e que nós queremos também receber isso do Governo do Estado. Essa é a solicitação que fiz há mais de 40 dias: que esta Casa peça, para que nós também possamos receber, como já é feito há longo tempo pela União e que não é feito pelo Estado. É simplesmente isso.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Quero-lhe dizer que durante muitos anos esse pedido foi feito ao Governo Olívio Dutra e não recebemos resposta.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Está requerido.

A Verª Neuza Canabarro está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Clênia Maranhão.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nós ouvimos atentamente, quando, nesta tribuna, a Verª Sofia Cavedon falou sobre a Educação Infantil. Depois, ouvimos o Ver. Todeschini falando sobre o Instituto de Educação e sobre as carências e necessidades na Educação.

Eu fico extremamente preocupada, Verª Sofia, porque os anos passam, os Governos se sucedem e parece que não há solução ou não se enxerga solução. O que nós temos que fazer, dentro da função de Vereadores, é o controle, é a fiscalização, independente de que Governo está no Executivo. Por que razão? Quando se fala no Instituto de Educação, se observarmos os últimos 10 anos, vamos ver o Instituto de Educação recuperado em toda a sua infra-estrutura, com pintura, com cozinha, com todos os equipamentos necessários dentro da situação de prédio.

É claro que uma escola que abriga mil alunos precisa de uma manutenção sistemática; se essa não for feita, em seguida a escola vai ficar depredada. Então, há necessidade de um acompanhamento contínuo.

Há 10 anos, a imprensa registrava a recuperação do Instituto de Educação e todos os seus equipamentos. Nós estamos no terceiro Governo após esse espaço de tempo e, pasmem os senhores, o repasse trimestral para a manutenção da Escola continua o mesmo, só que com mais alunos. Eu daria, aqui, o exemplo da Escola Rio de Janeiro, que tem 193 alunos a mais e R$ 800,00 a menos do último repasse de 1994.

Ver. Elói Guimarães, V. Exª é testemunha do trabalho que foi feito em três anos, na área da Educação, no Governo Collares, em termos de construção. V. Exª Acompanhou, desde então, os outros Governos, e sabe o que foi feito e o que não foi feito. Isso que no Governo Collares, na Prefeitura de Porto Alegre, foram três anos de um mandato atípico, o Orçamento dos três anos é inferior a qualquer um dos 16 anos do Partido dos Trabalhadores. Por que razão? O que existia? Existia a competência para a administrar recursos. Não faltam recursos para a área da Educação, é um equívoco dizer que precisa mais recursos, precisa gente competente para gastá-lo.

Quando o Ministro Tarso Genro diz que vai aumentar em 5% os recursos da universidade, isso não é necessário, tem é que saber investi-los. Isso nós dizemos com muita convicção. Tanto é que o Ministro das Cidades, Olívio Dutra, no ano passado, justificava o seu aproveitamento de apenas 15% do Orçamento. Por que razão? Pela dificuldade da legislação da área administrativa, das pessoas para conseguirem usar esses recursos. Então, realmente, é competência para administrar.

Agora, aqui, nós, Vereadores, os Deputados Estaduais e Deputados Federais, temos de nos deter e ficarmos ligados no acompanhamento e no desempenho do Orçamento.

E por isso, Verª Maristela, eu tenho pedido ao Ver. Adeli Sell que se tenha uma reunião ordinária, pelo menos a cada 15 dias, para o acompanhamento da execução do Orçamento na área da Educação. Porque senão ficamos, depois, só ouvindo as queixas e as reclamações; enquanto nós deveríamos acompanhar o processo, porque acompanhando o processo nós podemos intervir em tempo de auxiliar. Nós não estamos aqui para ter plataforma eleitoral, para ter manchete de jornal; nós estamos aqui para servir à população, para servir à comunidade! E a comunidade escolar é a mais carente. Nós, que somos do PDT, temos esta bandeira e temos absoluta certeza de que por onde passamos, seja no Governo do Estado, seja no Governo do Rio de Janeiro, na Prefeitura de Porto Alegre, em qualquer município do Interior do Estado, nós ali deixamos uma marca: investimento na área da Educação. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e também no Canal 16 da TVCâmara, queria saudar todos; primeiramente, uma saudação muito fraterna, muito carinhosa, à nossa querida Verª Margarete Moraes, que retornou à Casa, recuperada - como já foi dito aqui -, de um ato digno de humanidade, de pessoa que tem amor ao próximo. Portanto, fica aqui, mais uma vez, em nome da Bancada do PDT, a nossa gratidão e o nosso reconhecimento.

O Partido dos Trabalhadores sempre foi um Partido que lutou muito, nunca foi contra a criação de uma CPI. Inclusive, recordo que, quando Alceu Collares era Governo, foi aberta aquela CPI com muita denúncia, muitas acusações e nada foi constatado.

(Aparte anti-regimental da Verª Maristela Maffei.)

 

O SR. ERVINO BESSON: E, também, o Dep. Vieira da Cunha fez uma CPI. O PT sempre foi a favor das CPIs, pelo menos foi o que demonstrou até o momento. Só que, agora, eu estranho muito que o Presidente Nacional do PT, José Genoíno, seja tão contra uma CPI. Não sei por que; tenho dificuldade de entender. Inclusive, as suas colocações, pela imprensa escrita, falada e televisionada, mostram, assim, uma preocupação enorme de quem não quer saber de CPI. Ele diz que é uma arma política da oposição e não uma CPI para averiguar algumas corrupções no Governo.

Então, eu estranho muito a posição do Sr. José Genoíno. Por que um Partido que sempre defendeu CPIs - sempre! -, agora é contra? Eu acho que o primeiro Partido que deve apoiar essa CPI é o PT! Por que o José Genoíno é contra a instalação dessa CPI? Deixa sair a CPI! Onde há corrupção tem de ser moralizado. O povo sofredor não agüenta mais esse problema de corrupção que anda acontecendo no nosso País. Chega! Então, vamos averiguar! Se há corrupção, alguém tem de responder por isso.

 

O Sr. José Ismael Heinen: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre colega Ervino Besson, eu agradeço muito por esta oportunidade e eu quero me solidarizar com V. Exª por falar sobre essa CPI. Nós estamos calados, e o Parlamento não pode fugir disso. Inclusive, esse é um direito das minorias, o qual nunca foi negado! O Presidente Lula falou que ele não tem medo da CPI, mas que ele a apóia. E eu acredito que essa CPI vai sair. Então, eu me solidarizo com a postura de V. Exª, porque eu acho que o povo tem de saber da verdade. Nós não podemos colocar a democracia em jogo. Mais uma vez, eu agradeço por esta oportunidade.

 

O SR. ERVINO BESSON: Obrigado, Vereador. Sem dúvida nenhuma, quando acontecem essas corrupções, todos nós pagamos por isso. O Parlamento paga muito caro por isso. Nós nos preocupamos muito quando a gente ouve as pessoas dizerem nas ruas que não irão mais votar, que votam porque a lei as obriga, e, aí, votam em branco. E a gente vê que o número de votos anulados está aumentando cada vez mais. E é por causa desse tipo de procedimento que as pessoas estão desacreditadas. Então, eu acho que isso tem de ser moralizado.

 

O Sr. Dr. Goulart: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu queria cumprimentar V. Exª por continuar chamando a atenção da comunidade brasileira sobre isso, pois, por qualquer coisinha, as pessoas que estão no poder queriam fazer um CPI; e, agora, para colocar os rumos desse País nos eixos, eles não querem CPI! Por quê?! Isso já é costume, e nós já conhecemos essa história.

 

O SR. ERVINO BESSON: Obrigado, Ver. Dr. Goulart. Acho que a CPI tem que sair, sim! E nós aguardamos que essa CPI saia para que a gente possa moralizar um pouco o Parlamento, minha gente! Porque o povo, cada vez mais, desacredita nos Parlamentos!

A CPI tem que sair, acho que alguém tem que pagar pela corrupção para o povo ver que ainda há gente séria nos Parlamentos. Eu acredito que nós temos muitas pessoas sérias dentro dos Parlamentos; portanto, os Parlamentares e os Parlamentos não podem ser generalizados. A população está cansada e paga muito caro por isso. Obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu tive a satisfação de, nesse sábado pela manhã, participar da reunião preparatória do Fórum Gaúcho de Juventude, que vai acontecer no Município de Cruz Alta, no mês de novembro deste ano.

Participei de um debate, junto com o Prefeito de Cruz Alta, Sr. Vilson, da Frente Popular, acerca do tema desse Fórum Gaúcho de Juventude: do que é que tem fome e do que é que tem sede essa juventude do nosso Estado? Juventude essa que, nós últimos anos, e, pelo menos, no período recente da história, se vê desassistida e sem a clareza de quais os instrumentos de que dispõe para lutar pelos seus direitos.

Nós debatemos, por exemplo, a questão da ausência de um Conselho de Juventude Estadual que seja, de fato, representativo, que consiga, de fato, fazer os principais debates acerca da realidade das lutas da juventude de nosso Estado. Um Conselho que é tão esvaziado aqui no Rio Grande do Sul, que não consegue contemplar sequer o Partido do Governador do Estado. Um Conselho que foi aparelhado por algumas juventudes partidárias e que não conseguiu, ainda, se estabelecer como parte da sociedade, como parte da juventude de nosso Estado, e que consiga, de maneira séria, de maneira tranqüila, de maneira serena, construir unitariamente as principais reivindicações da juventude de nosso Estado.

Eu tenho convicção de que, no mês de novembro - quando Cruz Alta receber as diversas organizações juvenis que, nesse fim de semana, na reunião preparatória já somavam 80 entidades juvenis debatendo -, nós vamos ter grandes debates, grandes perspectivas e grandes discussões acerca da juventude do nosso Estado e de plataformas de políticas públicas que consigam contemplar a juventude gaúcha, como é o caso de reavivar a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, conseguir reconstruí-la para os gaúchos e gaúchas de menor renda que estão em todas as regiões do nosso Estado.

E também acho que esta Câmara, por mais dificuldades e empecilhos que sejam criados por determinados Partidos em determinadas situações, tem conseguido, graças a essa nova postura do Governo Federal, dos Partidos políticos, priorizar a pauta juvenil. Nós temos conseguido fazer, sistematicamente, o debate da juventude de Porto Alegre, da juventude do nosso Estado e do nosso País. E eu fico muito feliz quando chego no plenário e observo que pelo menos três dos nossos debates da Pauta passam pela questão da juventude. E eu não poderia deixar de fazer menção a eles: primeiro, a Moção de Solidariedade da Verª Mônica Leal com relação aos três jovens judeus que foram atacados – porque não existe outro termo para se referir a isso – pelos grupos de skinheads. Isso demonstra, na minha opinião, a ausência de políticas que incluam esses jovens, que debatam o que de fato significa igualdade, que debatam o que de fato significa preservar as nossas diferenças, mas não transformar essas diferenças em desigualdades. Nós temos uma diversidade étnica e cultural fantástica que constrói este Estado. Agora, nós não podemos permitir que, ano a ano, esses preconceitos cresçam.

Existem também outros dois outros Projetos que acho fundamentais: o de autoria da Verª Maria Celeste, que, fundamentalmente, incorpora à Comissão de Cultura, Esportes e Educação, desta Casa, a temática de juventude. Se é certo que nós tivemos uma tentativa frustrada, pelo menos nesse momento de constituição de uma Comissão Especial de Juventude, se é certo que há resistência por parte do Secretário de Juventude em fazer esse debate, eu tenho a convicção de que esta Casa será sensível à temática da juventude porto-alegrense e incorporará a essa Comissão, que na minha opinião é a principal desta Casa, porque trata da educação, daquilo que pode de fato incluir os nossos jovens. E nós vamos, com certeza, incluir a temática de juventude, e passar a debater - todos os dias, numa Comissão que existe permanentemente - a juventude, os seus direitos, as suas angústias e aquilo que nós podemos, por meio deste Parlamento, realizar.

E por fim, Sr. Presidente, gostaria de dar as boas-vindas para a Verª Margarete Moraes, que nos demonstra, mais uma vez, que não adianta só usarmos belas palavras ou simplesmente discursarmos que devemos construir um outro mundo e que esse outro mundo é possível, mas que esse outro mundo é construído, acima de tudo, com as nossas práticas de demonstração de coragem, de humanismo e de amor pelo próximo. Querida Verª Margarete Moraes, seja mais do que bem-vinda, acolhida por todos nós. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, trago a esta tribuna um tema que presenciamos a cada ano e que ontem, de maneira mais próxima, me sensibilizou ainda mais. Ontem, participei do velório da filha de dois amigos meus, dois professores de educação física - o Aldo Rosito e a Lourdes Manfroi Rosito – que, de maneira trágica, perderam a sua filha que estava surfando em Cidreira. Vi a menina nascer, sou veranista de Cidreira, veraneamos juntos. E o que tem ocorrido é que existe uma legislação estadual relativa às áreas para surfe e para pesca, e, mais uma vez, lastimavelmente, no limiar dessas áreas, o que ocorreu foi que a menina faleceu.

Vou ler a Lei Estadual de 22 de dezembro de 2003, uma lei recente, porque, de forma sistemática, ocorre a morte desses jovens (Lê.): “Dispõe sobre a demarcação das áreas de pesca, desportos, lazer e recreação, prevista na Lei nº 8.676, de 14 de julho de 1988. Art. 1º - A demarcação prevista pela Lei nº 8.676, de 14 de julho de 1988, dos locais de pesca profissional ou amadora, de desportos de diferente natureza, de recreação ou lazer em geral, na orla marítima, lacustre ou fluvial, far-se-á mediante placas visíveis, com dizeres claros, afixadas nas áreas de circulação junto às praias, obedecendo a modelos padronizados, em todas as regiões do Estado. Art. 2º - Os pescadores profissionais que atuam nas áreas mencionadas nesta Lei deverão portar carteira de identificação, com numeração própria, endereço, filiação e tipo sangüíneo, fornecida pela respectiva associação. Art.3º - No equipamento de pesca profissional que permanecer na orla, sem a presença do seu usuário, deverá ser afixada etiqueta legível com o nome, o número da carteira de identificação e o endereço do proprietário.” Assina a Lei o Governador Germano Rigotto, juntamente com a fiscalização que deve ser realizada pela Secretaria de Estado, Justiça e Segurança e pela Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Lazer.

Senhoras e senhores, é a vida de uma jovem. Ontem, no Jardim da Paz, com a presença de aproximadamente 500 jovens surfistas, houve uma comoção muito grande, porque, imaginem os senhores - eu tenho três filhos, e aqueles que os têm sabem - o que é e o que pode ser a perda de um filho de uma hora para outra. Ou seja, os pais deixam seus filhos irem à praia para o lazer e a recreação - e é importante até que vocês conheçam de que forma se dá isso: pela Internet os jovens se comunicam, e disseram que sábado estava um dia muito bom, com ondas altas, e o pessoal rumou para o litoral; essas coisas são combinadas através dessa comunicação.

O que nós não conseguimos entender é por que, de forma sistemática, vidas são ceifadas, sem que o Poder Público tenha um olhar diferenciado. O Poder Público tem que olhar com carinho para essas regiões onde há a área de pesca e a área de surfe. Talvez possamos ampliar o assunto, que deve ser mais discutido. Agora, o que nós não podemos entender e conceber é que vidas prematuras sejam ceifadas sem que o Poder Público possa ter um olhar diferenciado, ou, talvez, alguém que perca seu filho vá querer mudar a legislação.

Então, o que nós pedimos aqui para o Poder Público é que faça uma investigação, avalie e tome providências para que novas vidas não sejam ceifadas dessa forma, porque, realmente, o que nós presenciamos ontem foi algo lastimável. Só nos resta aqui dizer: jovens, cuidem-se, porque essa situação pode acontecer com qualquer um de vocês. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR (Art. 151 do Regimento)

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1.ª SESSÃO

 

PROC. 2612/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 053/03, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que altera o art. 2.º da Resolução n.º 1.510, de 6 de novembro de 2000, que institui o Prêmio Mário Rigatto.

 

PROC. 3500/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 183/03, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que estabelece critérios e fornece orientação técnica contendo padrões referenciais da qualidade do ar interior em ambientes de uso público e coletivo, climatizados artificialmente, no Município de Porto Alegre. 

 

PROC. N.º 3411/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 145/04, de autoria do Ver. Elias Vidal, que institui, no Município de Porto Alegre, o Dia da Liberdade Tributária, a ser comemorado, anualmente, no dia 25 de maio, e estabelece a adesão como forma de participação e de organização do evento.

 

PROC. N.º 2704/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 128/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que denomina os seguintes logradouros não-cadastrados, localizados no Bairro Belém Novo: Rua Mamonas, Rua Renato Russo, Rua Ulisses Guimarães, Rua Edimar Toldo.

 

PROC. N.º 2750/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 130/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que autoriza o Executivo Municipal a instalar placas informativas nas unidades de saúde, prontos socorros e hospitais do Município, conforme especifica.

 

PROC. N.º 2831/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 132/05, de autoria do Ver. Elias Vidal, que autoriza o Executivo Municipal a construir monumento em homenagem ao Dia das Mães.

 

PROC. 2883/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 135/05, de autoria do Ver. Maurício Dziedricki, que dispõe sobre a instituição do Programa de Reutilização de Pneumáticos Inservíveis na Construção de Fossas Ecológicas, mediante aproveitamento de pneus velhos e abandonados.

 

PROC. N.º 2902/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 137/05, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que inclui o Torneio Início de Bocha, realizado pela Federação Riograndense de Bocha, na programação da Semana de Porto Alegre.

 

PROC. 2923/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 094/05, de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que altera a redação do inciso IV do  art. 30, do inciso IV do  art. 31 e do art. 39 da Resolução n.º 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores, passando a denominar Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude a atual Comissão de Educação, Cultura e Esportes.

 

PROC. N.º 2938/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 139/05, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que inclui a expressão e parques após a expressão ruas, praças, jardins, na ementa e no art. 1º da Lei n.º 8.284, de 24 de março de 1999, que dispõe sobre a campanha permanente de incentivo à arborização de ruas, praças e jardins da cidade e dá outras providências.

 

2.ª SESSÃO

 

SUBSTITUTIVO N.o 02, de autoria do Ver. Paulo Odone, que assegura o pagamento de meia-entrada a jovens e estudantes em espetáculos culturais, esportivos e de lazer e dá outras providências ao PROC. N.º 1937/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 084/03, de autoria do Ver. Raul Carrion. Com Emenda n.º 01 ao Projeto. Com Substitutivo n.º 01 e Emenda n.º 01.

 

PROC. N.º 5718/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 237/04, de autoria do Ver. Gerson Almeida, que institui o Programa Municipal de Agricultura Urbana, que consiste no cultivo de hortaliças, frutas e outros alimentos, plantas medicinais, ornamentais e para a produção de mudas, mediante o aproveitamento de terrenos dominiais ociosos do Município e de terrenos particulares ociosos cedidos temporariamente por seus proprietários. Com Emenda n.º 01.

 

PROC. N.º 2124/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 082/05, de autoria dos Vereadores Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib e Neuza Canabarro, que altera a Resolução n.º 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores, (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre), dando nova redação às alíneas “e” e “f” do inciso I, “c” e “d” do inciso II, ambas do art. 148, o caput  do art. 151, o art. 152, e § 2º do art. 158, que tratam da discussão preliminar de Pauta.

 

PROC. N.º 2630/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 122/05, de autoria do Ver. Paulo Odone, que institui o Dia Olímpico Municipal a ser comemorado, anualmente, no dia 23 de junho, que passará a integrar Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre.

 

PROC. N.º 2661/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 089/05, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que concede troféu de Honra ao Mérito ao General de Exército Renato Cezar Tibau da Costa.

 

PROC. N.º 0096/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 002/05, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Adir Luiz Fração.

 

PROC. N.º 2774/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 091/05, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que concede o prêmio literário “Érico Veríssimo” à Doutora e Escritora Yvonne Capuano.

 

PROC. N.º 2819/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 092/05, de autoria do Ver. Adeli Sell, que concede o título honorífico de Líder Comunitário ao Senhor José de Vargas.

 

PROC. N.º 2866/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 133/05, de autoria do Ver. Professor Garcia, que institui, no Município de Porto Alegre, a Semana da Ciência e Tecnologia, que será realizada no mês de outubro concomitante com a Semana Nacional da Ciência e Tecnologia, instituída pelo Decreto-lei n.º 9, de 9 de junho de 2004.

 

PROC. N.º 2897/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 136/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que inclui a Romaria de Nossa Senhora de Fátima no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre.

 

PROC. N.º 2919/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 093/05, de autoria do Ver. Professor Garcia, que altera o § 1º do art. 42 da Resolução n.º 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre), alterando a forma de divulgação dos pareceres das Comissões.

 

3.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 0350/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 016/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que dispõe sobre a oficialização das feiras-modelo de Porto Alegre relacionadas em anexo ao art. 1º. Com Substitutivo n.º 01.

 

PROC. N.º 1848/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 090/05, de autoria do Ver. Dr. Raul, que autoriza a criação do Centro Integrado de Planejamento Familiar de Porto Alegre (CIPF), com objetivo de orientar e informar o cidadão no que se refere ao Planejamento Familiar.

 

PROC. N.º 2497/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 118/05, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que institui o Programa Agricultura Familiar Urbana na Escola Cidadã, priorizando, para a merenda escolar, a aquisição de hortifrutigranjeiros da agricultura familiar das diversas regiões de Porto Alegre. Com Emendas n.os 01 e 02.

 

PROC. N.º 2654/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 006/05, que altera denominação da Reserva Biológica do Lami que passa a se denominar Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger e cria o Museu José Lutzenberger. Com Emenda n.º 01.

 

PROC. N.º 2665/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 125/05, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que dispõe sobre as questões relacionadas à liberdade religiosa, fixando segunda opção de data para exames e atividades curriculares em estabelecimentos de ensino público, no Município de Porto Alegre.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, quando não quiserem resolver o problema do Plano Diretor, façam uma Comissão de 23 Vereadores para um total de 35. Se quisessem resolver, o mais correto é que já estivessem os 35 trabalhando em cima do Plano Diretor. Porque Comissão de 23, em 35 Vereadores, não sei, não existe, nunca ouvi falar. E quando não quiserem solucionar os problemas, façam mais uma dúzia de leis por dia, aí fica tudo muito bem.

Eu já contei, vou dizer de novo: há 175 anos, o Governador do Rio Grande do Sul dizia: “Chega de leis, as que há são suficientes, basta que sejam aplicadas.” E nós fazemos leis todos os dias.

A Verª Clênia Maranhão faz um Projeto de Lei que estabelece critérios e fornece orientação técnica contendo padrões referenciais da qualidade do ar em ambientes de uso público e coletivo, climatizados artificialmente, no Município de Porto Alegre. Pelo título é impressionante! Só que essa lei, está dizendo aqui, é para atender à Portaria do Ministério da Saúde n.º 3.523/98 e à Resolução de n° 09/2003. É preciso que eu faça uma lei dizendo “todo o brasileiro vai cumprir a lei”. Nem o Ministério e nem a Vereadora dizem o que acontece com aqueles que não cumprem a lei. Portanto, a lei é absolutamente inócua, até porque as Resoluções devem estar nas mãos dos técnicos da Secretaria Municipal de Obras e Viação. Eles devem ter. Se não as têm, é muito sério. Mas não vai ser fazendo uma lei que isso vai se resolver. Até se poderia fazer um Pedido de Informações: estão aplicando a Lei? Estão aplicando a Resolução? Não, vão fazer uma lei para fazer cumprir a Lei!

O Ver. Aldacir Oliboni leva um elogio porque denomina vários logradouros públicos num só Projeto de Lei.

O Ver. Aldacir Oliboni quer autorizar o Município a instalar placas informativas nas unidades de saúde, pronto-socorros e hospitais do Município, conforme especifica. Ele poderia fazer um Pedido de Providências; agora, não pode fazer uma lei dizendo que a placa vai ter um metro e oitenta centímetros por oitenta centímetros, isso não. Quem quer encontrar a solução faz um telefonema até, mas quem quer perder tempo ou quer promoção faz um projeto de resolução ou uma lei.

O Ver. Haroldo de Souza, insatisfeito porque se autoriza plantio de árvores frutíferas em ruas, praças e jardins, quer saber por que não em parques. Eu acho uma colocação muito boa. No Parque 20 de Maio, os moradores fizeram isso, em colaboração com a Prefeitura. Eu acho que se dessem a eles árvores frutíferas, eles plantariam com imensa satisfação.

O Ver. Elias Vidal quer autorizar o Executivo Municipal a construir monumento em homenagem ao Dia das Mães. Eu vou agradecer ao Ver. Elias Vidal pelo seu Projeto de Lei; desnecessário, é claro, até porque, quando eu era Prefeito, em maio de 1985, fiz um monumento às mães, lá no Largo Edgar Koetz. Eu estava autorizado a fazer isso, como Prefeito; como está autorizado o Prefeito atual. Mas o Ver. Elias Vidal faz levantar o problema: não fizeram a manutenção do monumento, que são blocos de concreto - foi a população que fez, e há um detalhe que seria a criança no ventre da mãe - que estão virados, caídos, e não foi recuperado; e isso facilmente se recupera.

Portanto, o Ver. Elias Vidal está fazendo um bom serviço para a Cidade, quando ele faz essa proposição, apesar de que essa Lei não vai passar - é claro -, mas também a Associação Cristã de Moços quer fazer, em Porto Alegre, na frente da Associação, um monumento às mães, mesmo por que foi a Associação que trouxe para Porto Alegre, em 1918, o Dia das Mães. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, vou falar de alguns Projetos que estão tramitando em Pauta; o primeiro, um Projeto de nossa autoria que institui no Município de Porto Alegre a Semana da Ciência e Tecnologia, que será realizada no mês de outubro, concomitante com a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. O que nós sabemos é que a cada ano que passa a população tem um olhar diferenciado, e, ao mesmo tempo, se adaptando a esse fenômeno, nós podemos dizer, relativamente novo, do incremento da ciência e tecnologia nas nossas vidas, no dia-a-dia.

Imaginem, V. Exas, se nós olharmos 20 anos atrás, não vamos dizer mais do que 20 anos atrás, imaginem o que seria do nosso mundo sem um telefone celular, sem o fax, sem a Internet - coisas recentes, que dão uma dimensão da evolução tecnológica ocorrida no mundo.

Na semana que passou, tivemos um evento de grande magnitude, em Porto Alegre: a Globaltech - mostrando também uma visão futuróloga das diversas situações em que pode a tecnologia estar a serviço do homem.

O que nós estamos propondo, então, nessa semana? Nós queremos propor que, no Município de Porto Alegre, durante toda essa semana, nós possamos ter uma discussão temática sobre o que Porto Alegre está fazendo de novo na questão de ciências e tecnologia. Por exemplo: está para ser implementada, dentro de no máximo um mês, a questão da Ceitec, que é um centro tecnológico de ponta do Rio Grande do Sul. Então, vamos discutir o que está sendo feito, para que as escolas do nosso Município possam colocar aquilo que está sendo feito em termos de robótica; vamos discutir com os nossos cientistas, com os nossos pesquisadores, para que eles possam trazer subsídios e sugestões de tudo aquilo que pode ser colocado a serviço do homem. Então, de maneira clara e franca, eu acho que Porto Alegre pode ter o avanço de proporcionar que nessa semana nós possamos fazer, realmente, uma grande discussão.

Também está tramitando um outro Projeto, de autoria da Verª Sofia Cavedon, em que ela propõe a questão do Programa Agricultura Familiar Urbana na Escola Cidadã, priorizando, para a merenda escolar, a aquisição de hortifrutigranjeiros da agricultura familiar. Ora, Porto Alegre é uma das poucas capitais no nosso País que tem uma produção rural; e se tem essa produção rural, por que não incentivar que as escolas possam se abastecer desses locais? É exatamente em cima disso que a Vereadora e professora Sofia Cavedon está propondo esse intercâmbio, porque isso vai facilitar, e muito. Na realidade outra preocupação que se tem é que há muitas discussões; a cada Governo que passa, a cada Governo que ocupa uma nova Legislatura, vem sempre uma discussão sobre a questão da merenda escolar, uma discussão sobre se vamos terceirizar a merenda ou não, sobre os produtos que devem ser consumidos, a questão das guloseimas, o que se pode fazer na questão dos dentes em formação das crianças, etc. Então, quando se apresenta um Projeto em que os produtores da nossa Cidade possam contribuir para, ao mesmo tempo, fornecer os produtos in loco e com preços mais acessíveis, nós vemos que esse Projeto tem um grande potencial de ser aprovado; e, ao mesmo tempo, fazer com que essas crianças possam também ter um olhar diferenciado para aquilo que produzimos aqui em Porto Alegre. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, prezados colegas Vereadores, prezadas colegas Vereadoras, prezado público que nos assiste, prezados ouvintes do Canal 16, vários Projetos tramitam nesta Casa, creio que nós temos a responsabilidade e a obrigação de fazer um debate num enquadramento político, num enquadramento técnico e num enquadramento social, ambiental e econômico dos Projetos que aqui surgem. Quero me referir, num primeiro momento, aqui, a um Projeto de autoria do Ver. Maurício Dziedricki que institui um Programa de Reutilização de Pneumáticos - ou de pneus - na Construção de Fossas Ecológicas. Analisando esse Projeto, creio que a intenção do Ver. Maurício é boa. Porém, da forma como está apresentado, nós precisamos, aqui, de uma especificação tecnológica que realmente assuma o papel da fossa séptica. Porque da maneira como está apresentado, enterrar pneus para que, ali, seja feita a decomposição através do processo aeróbico e anaeróbico, não é fossa séptica; poderá ser um sumidouro, que é diferente. Portanto, venho aqui, fraternalmente, para fazer este debate com o colega Maurício, no sentido de que a visão ambiental de reutilizar os pneus é correta; porém, uma fossa séptica é um desenvolvimento tecnológico que serve para iniciar a qualificação dos resíduos que provêm das residências, dos banheiros, e é um sistema que tem as suas divisões internas, pois tem de haver um fluxo desse material para que ele sofra, primeiro, uma ação que chamamos aeróbica - que é com a utilização do ar - e que também possa ter a ação que nós chamamos de anaeróbica - que é um processo da utilização das bactérias que não necessitam de oxigênio para fazer a decomposição dos materiais orgânicos provindos das residências. Depois que passa pela fossa, nas regiões onde não há esgoto cloacal - que temos que defender, sempre, com separador absoluto, ou seja, as redes de esgoto que são exclusivas para o esgoto cloacal -, onde não há isso vai para o sumidouro; que, por sua vez, deve ser incorporado ao solo, e isso também, muitas vezes, acaba poluindo o lençol freático, poluindo as águas subterrâneas.

Então esse debate de tecnologia, e os meus colegas engenheiros podem auxiliar nesse debate, no sentido de que nós não podemos, através de uma lei, pensarmos em estar evoluindo tecnologicamente e estarmos regredindo. Então, registro a minha preocupação com o Projeto do colega, e nos colocamos à disposição para fazermos essa discussão no sentido de reutilizarmos os resíduos sólidos da cidade de Porto Alegre, porém não criando falsas expectativas com tecnologias que não representam o que a ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas, aponta como soluções sociais, econômicas e eficazes para a Cidade.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Boa-tarde, nobre Vereador, realmente quero corroborar com V. Exª, porque existem mais de duas dezenas de métodos, princípios e técnicas a serem adotadas para o tratamento de esgotos. Por isso eu creio que uma lei vinculando a uma técnica fica muito complicada, uma vez que se deve lançar mão de todas as técnicas disponíveis de caso a caso.

 

O Sr. Maurício Dziedricki: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) É com satisfação que eu trago o tema da discussão dos resíduos, principalmente a reutilização dos pneus inservíveis. Entendo, no conceito de reordenamento das comunidades mais carentes atingidas pelo problema do esgoto, como uma alternativa eficaz; uma das muitas que existem, é verdade, mas há de se tomar cuidado, porque o esgoto de Porto Alegre não é tratado. Devemos colocá-lo como prioridade na qualidade de vida das nossas comunidades mais carentes, no sentido de preservação ambiental que rege já os princípios do Estatuto da Cidade.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Obrigado, Ver. Maurício. Repito aqui o que dizia anteriormente - V. Exª não estava aqui -: que a preocupação é de trazer este debate porque a tecnologia aqui colocada apresenta, no meu ponto de vista, algumas debilidades tecnológicas da ABNT. É louvável a iniciativa de V. Exª para recuperar os pneus. Portanto, nos colocamos à disposição para o diálogo e para aprofundar um Projeto desses, de forma que não venhamos a criar falsas expectativas em nossa sociedade.

E, para concluir, dizemos que é verdade: hoje, 27% dos esgotos são tratados. E o Projeto Socioambiental, que ficou encaminhado, poderá tratar 50% dos esgotos de Porto Alegre se nós conseguirmos concluí-lo nesse próximo período Administrativo.

Sr. Presidente, eu tinha outros Projetos para comentar, inclusive um de minha autoria, o PLL nº 135/05, que traz o tema das olarias da Região Sul de Porto Alegre, apresentando uma proposta de auxílio e qualificação àqueles empreendimentos hoje desestruturados, para que possam ser olhados por esta Casa como um segmento importante que emprega e que se utiliza de um recurso mineral da nossa Cidade para desenvolver toda uma cadeia produtiva, inclusive com a utilização da argila na construção civil em Porto Alegre. Apresentamos o Projeto, hoje em 3ª Sessão de Pauta, que isenta aquele setor de alguns tributos, auxiliando no fomento à atividade do setor primário, que é a exploração de argila em Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadoras, Sras Vereadoras, aos que nos assistem pelo Canal 16, eu vou comentar o PLL nº 237/04, de autoria do Ver. Gerson Almeida, que institui o Programa Municipal de Agricultura Urbana, consistindo no cultivo de hortaliças, frutas e outros alimentos, plantas medicinais e ornamentais e para a produção de mudas, mediante aproveitamento de terrenos dominiais ociosos no Município e terrenos particulares ociosos cedidos temporariamente por seus proprietários. Também quero comentar o PLL nº 118/05, da Verª Sofia Cavedon, que institui o Programa de Agricultura Familiar Urbana na Escola Cidadã, priorizando, para a merenda escolar, a aquisição de hortifrutigranjeiros da agricultura familiar das diversas regiões de Porto Alegre. São dois Projetos que julgo bastante importantes face à questão da disponibilidade de espaços - muitas vezes ociosos, sem destinação adequada ou sem nenhuma destinação - e de recursos do Município. Cito, por exemplo, os terrenos do DMAE. Para um deles nós construímos um plano-piloto para aproveitamento de águas residuais próximas à Estação de Tratamento de Esgotos de Belém Novo, onde implantamos uma lavoura experimental de arroz, como projeto para tratamento terciário de fluentes de ETEs – Estação de Tratamento de Esgotos. No ano passado, foi feito o primeiro plano, e foi colhida uma lavoura que conseguiu auxiliar no tratamento das águas de forma emblemática, de forma singular; e neste ano a lavoura se repetiu. Inclusive, ontem, estive lá visitando, são três hectares de lavoura de arroz vinculadas à ETE-Belém Novo. Os resultados prometidos para este ano - parece, inclusive, que a colheita será feita no dia de amanhã - deverão ser em torno de quatrocentas sacas de arroz, sem custos, com aproveitamento total de água, de nutrientes, e também sem a necessidade da descarga das águas para o rio, evitando, de um lado, o problema das algas nas estações de tratamento no período de verão, e, de outro lado, o reaproveitamento de águas e nutrientes provenientes das estações de tratamento. Esse projeto foi desenvolvido em parceria com a EMATER, é pioneiro não só em Porto Alegre, mas está servindo de base e de referência para o Rio Grande do Sul e para o Brasil porque é o primeiro projeto que é levado a cabo e que conclui com grandes resultados. E também pelo resultado extraordinário com o polimento final das águas, em que mais de 99% das algas ficaram retidas dentro da lavoura. Temos inúmeros outros espaços que possibilitam esse tipo de atividade, por exemplo, o Programa Integrado Socioambiental, que poderia ser levado à concepção - porque nós deixamos concluídos os projetos, os estudos para o Governo - de um cinturão verde no entorno da ETE, talvez de uns mil hectares, para reaproveitamento de água e resíduos, com resultados importantíssimos na produção de arroz, de piscicultura, de hortigranjeiros, de produções convencionais, enfim, variadas, e também com resultado extraordinário no polimento final de águas, porque demonstrou ser altamente eficiente.

A lavoura de Belém Novo é feita em parceria com produtores que dão apoio na Região, e, o mais importante é que toda a produção é doada para o Programa Fome Zero. Isso demonstra e reacende uma discussão importantíssima da possibilidade, do potencial de aproveitamento para a agricultura urbana de toda a estrutura municipal, com seus resíduos, quer seja da compostagem, quer seja das águas, das ETEs com seus efluentes riquíssimos em nutrientes, que podem oferecer oportunidades à Cidade, empregos, e, fundamentalmente, alimentos e mais a qualidade ambiental para as nossas águas. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, todos que nos assistem, aqui e nas suas casas, através da TVCâmara; são diversos os Projetos que gostaríamos de opinar rapidamente, e daí a importância do período de Pauta, onde conhecemos os Projetos e podemos fazer um debate esclarecedor, seja para alguma alteração do autor, e assim por diante.

Por isso, tenho grandes dúvidas sobre o Projeto de Resolução nº 082/05, de autoria das Vereadoras Clênia Maranhão e Neuza Canabarro e dos Vereadores Dr. Goulart, Ibsen Pinheiro e João Antonio Dib, que, “no frigir dos ovos”, Ver. Goulart, coloca a Pauta como uma coisa quase desnecessária nesta Casa. Chega-se ao ponto de considerar a Pauta cumprida, independente de termos entrado em Pauta ou não. Eu penso, Verª Sofia, que é um equívoco; parece que a Pauta é uma perfumaria! Então, entra antes da Ordem do Dia, se der tempo, trata-se da Pauta; se não der, consta como corrida a Pauta. Eu acho que é complicado. Eu entendo que a Pauta é um momento de discussão muito importante sim, e não pode ser simplesmente ignorado. Se nós votamos mais ou menos, não é por existir a Pauta. Nós sempre entramos na Ordem do Dia, se for preciso passamos do horário necessário e vamos adiante. O problema é que, às vezes, os Projetos são mais complexos. Eu acho que outras medidas, Verª Neuza, como por exemplo, votação em bloco de ruas, votação em bloco de prêmios, quando não há contestação, agilizaria. Agora, acho que deixar de lado a Pauta seria equivocado.

 

A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Carrion, eu queria fazer um comentário porque o Ver. Ibsen Pinheiro fez uma discussão, aqui, da necessidade de entrarmos e priorizarmos a Ordem do Dia. O que a gente tem visto, infelizmente, até agora, nesta Legislatura, é que a base do Governo não tem discutido Projeto nenhum na Ordem do Dia. Projetos importantes como o Plurianual, apenas a nossa Bancada discutiu; o Plano Diretor também apenas a nossa Bancada discutiu. Então eu não entendo, parece que nenhum momento é importante nesta Casa.

 

O SR. RAUL CARRION: Um segundo Projeto do qual já tratamos por diversas vezes, mas gostaria de reforçar neste último dia de Pauta, é o PLL nº 084/03, de minha autoria, sobre a meia-entrada para cinemas, teatros, espetáculos artísticos em geral, espetáculo circenses, espetáculos esportivos, que tem um Substitutivo meu e da Verª Manuela. Agora surgiu um outro Substitutivo de autoria do Ver. Odone, mas entendemos - e já dissemos o porquê - que o Substitutivo já existente tem mais mérito, porque reforça as entidades estudantis - e isso não é pouco. Nós estamos preocupados que a organização dos estudantes se fortaleça e que uma conquista histórica da luta dos estudantes não seja totalmente desnaturada.

Então virá para o debate depois nas Comissões, quando teremos oportunidade de comentá-lo.

Outro Projeto a que já me referi, mas acho importante retornar, é o que oficializa as feiras-modelo em Porto Alegre e que agora tem um Substitutivo – parece-me dos Vereadores Oliboni e Adeli -, que agrega outro elemento: transformam os mercadões do produtor em feiras-modelo. É preciso estudar melhor, mas que eu saiba os mercadões do produtor são iniciativas de produtores independentes. A feira modelo já existe há muitos anos, pelo que eu tenho conhecimento, e foi instituída pelo Poder Municipal. Então, teria que consultar, ver se há esse entendimento, há regras diferentes, não se trata só de um desejo da Câmara forçar.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Carrion, é muito importante o debate aqui. Eu quero insistir na importância do debate de Pauta, porque eu já conversei com o Secretário Cecchin, e ele tem interesse de fazer uma normativa única. O absurdo do mercadão é que deveria ser do produtor e não o é. Hoje há uma associação que é capitaneada por uma pessoa há muitos anos, só entra quem ele quer, cobra o que quer e usa o espaço público; enquanto que as feiras-modelo são disciplinadas, têm controle de preço, têm fiscalização. O nosso objetivo é fazer uma coisa disciplinada, organizada, para que o Poder Público fiscalize e o povo possa ter o seu controle.

 

O SR. RAUL CARRION: Perfeito. Acho que é um Projeto para a gente aprofundar, como são feiras que já existiam, há de haver um entendimento.

Concluo lembrando que nas feiras livres temos uma Lei desta Casa, Ver. Elói, que determina a existência de banheiros públicos. Já foi aprovada há dois anos e meio, quando o Ver. Adeli era Secretário, e não houve aplicação ainda, passou pelo Secretário Edson Silva, agora está com o Secretário Idenir Cecchin; é uma questão de interesse público e não está sendo aplicada. Nós temos todos os Secretários pressionados para que seja levado a efeito. Continuaremos com essa luta. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrada a Pauta.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público presente e assistência do Canal 16, eu vim falar sobre as provocações feitas aqui, antes, desta tribuna, acerca da CPI, acerca das levantadas argumentações e elementos referentes ao Governo Federal e à CPI discutida em função do que foi dito. Eu queria dizer, com tranqüilidade, que nunca estivemos tão à vontade para falar que atrás dessa tentativa de CPI estão aqueles que querem desestabilizar o Governo Lula ou que estão profundamente inconformados com o sucesso e com os acertos hegemônicos e majoritários do Governo Lula. Porque ninguém, de sã consciência, afirma, objetivamente, qualquer coisa que possa diminuir as questões importantes conquistadas neste Governo. Nunca houve tanto retorno para o povo brasileiro das políticas de habitação, das políticas de saneamento, das políticas da agricultura familiar, das políticas da inclusão social, das políticas de saúde, das políticas de saneamento, que, ao contrário do Fernando Henrique Cardoso, que queria privatizar a água, o Lula afirma a água como bem público e o saneamento como uma política de governo.

A questão de segurança pública, Ver. Nedel, com toda tranqüilidade, eu posso dizer, também, que a Polícia Federal sempre foi muito boa e eficiente, mas ela está sendo muito mais agora. Eu vou citar alguns dados do trabalho feito nos últimos dois anos. Num total de operações realizadas pela Polícia Federal, entre agosto de 2003 e maio de 2005, foram presas um total de 1.234 pessoas. Total de operações realizadas no período para combater a corrupção: 45; total de presos por corrupção: 819; total de servidores presos pela Polícia Federal: 290; Policiais Federais e Rodoviários Federais presos, nesse mesmo período: 290. As investigações atingiram setores do Legislativo, do Executivo e do Judiciário; e estão sendo realizadas nos 26 Estados da União e no Distrito Federal. Ministros foram acusados, juízes presos, políticos, em todos os níveis, incriminados. A Polícia Federal e o Ministério Público se esmeram em estabelecer conexões entre organizações criminosas. São profissionais da lei em ação, sem constrangimentos ideológicos. Apesar de tudo isso, ainda existem os dinossauros que querem entregar investigações fundamentais a políticos com suas CPIs espetaculares e pífios resultados, que só pensam em seus próprios interesses; Partidos comprometidos em chegar ao poder sem qualquer compromisso com o futuro de nosso País.

Posso dizer com toda a tranqüilidade que, se temos que investigar, temos que investigar sim, e nunca nos furtarmos a isso. Ontem à noite vimos uma reportagem que vem ocupando as páginas dos jornais há alguns dias, em Rondônia, onde há vários Deputados envolvidos em corrupção tentando extorquir o Executivo daquele Município, e nenhum deles é do Partido dos Trabalhadores. Aliás, geralmente, quando é alguém que está implicado em alguma coisa, o que aparece na imprensa, é porque é do Partido dos Trabalhadores, quando não é do Partido dos Trabalhadores, tem que ler, reler e ir muito longe para saber qual é o Partido que está envolvido, porque aí são algumas pessoas, como se fossem ações individualizadas.

Então, quero dizer com toda a tranqüilidade, inclusive para aqueles que representam o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso - o seu Governo - que nós estamos sim refazendo esse Brasil, este Brasil importante. Diferentemente do que acontece aqui no Rio Grande do Sul, por exemplo, aí sim cabem as medidas que são pertinentes ao caso, em todos os setores: roubos, furtos, homicídios. O Rio Grande do Sul está muito acima da média nacional. A isso sim requer que sejam dadas respostas, porque o povo nosso está exposto à violência e à ineficiência das políticas públicas na área da Segurança. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, todo mundo conhecia o Partido dos Trabalhadores como um Partido que não possuía dentro de seus quadros sequer um homem ou uma mulher que cometesse falhas. As falhas sempre estavam nos outros, nos outros Partidos, nos outros Parlamentares; as outras administrações eram as que cometiam erros, que cometiam ilícitos.

Quando eram Prefeitura, acusavam o Governo do Estado e também o Governo Federal. Quando assumiram o Governo Estadual e a Prefeitura, a falha estava no Governo Federal. Quando assumiram o Governo Federal, a falha sempre está nos outros. E sempre acusaram e desestabilizaram governos. Eu não tenho medo nenhum de afirmar, Ver. Nereu D’Avila, que o PT e seus aliados foram responsáveis por muitas décadas de atraso no nosso País. E quando eu procuro me centrar na Região Sul, eu vejo que as outras capitais, que não foram administradas pelo PT – eu sempre cito Curitiba e Florianópolis –, cresceram muito mais nos últimos tempos do que a nossa Capital, que ficou completamente parada no tempo. Então, esse costume de não permitir que os outros governem, de desestabilizar governos, de fazer com que a culpa sempre apareça no outro, essa prática sempre foi do PT e dos seus aliados.

Agora, o que é que o PT quer evitar, com relação à possibilidade de ser instalada uma CPI no Congresso Nacional? As denúncias são de alarmar qualquer cidadão. As denúncias, que antes eram pífias, que não davam condições de uma análise mais aprofundada com relação ao que estava acontecendo, agora são muito reais. São denúncias, Ver. Nereu D’Avila, de pessoas que sabem o que estão falando e que colocaram toda a sua vida e seu prestígio para dizer que tal cidadão, que pertence à Administração do Governo Federal, está realmente envolvido em um caso de corrupção muito sério.

Quatrocentos mil reais, mensais, recebia o Presidente de um dos Partidos que está aliado ao PT, isso é muito grave! Se não bastasse isso, nós queremos relembrar o seguinte: o PT fez todo o possível e conseguiu evitar a CPI do Valdomiro Diniz. Quem não lembra daquela CPI que iria incriminar o Sr. José Dirceu e que ficou paralisada, que não pôde ser instalada, porque houve uma manobra nesse sentido, que não possibilitou que o Congresso Nacional pudesse investigar aquelas ações que envolviam o Sr. José Dirceu? Então, hoje, dizer que os Partidos que estão na oposição ao Governo Federal são Partidos que procuram desestabilizar o Governo e que estão tentando instalar essa CPI de qualquer forma? Ora, eu acho o seguinte: o PT tinha que explicar, aqui, para o cidadão de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul o porquê do seus Parlamentares não quererem assinar a CPI! O porquê de querer evitar a CPI a todo o custo, a todo o preço!

Nós estamos acostumados a conviver com o PT aqui do Sul do País, principalmente aqui em Porto Alegre, e sabemos que está sempre disposto a fazer qualquer tipo de acusação; está sempre disposto a ver sangue brotando do inimigo, a massacrar o inimigo de todas as formas. E o inimigo é sempre o Partido que não está aliado a ele. Quando está aliado a ele, aí vale o Sarney, aí vale o Quércia, aqueles que antes eram absolutamente execráveis para o Partido dos Trabalhadores. Agora, como são amigos: ah! Esses, não; esses são intocáveis. E agora que vem essa CPI, o PT aqui do Rio Grande do Sul quer evitar. É bastante estranha realmente essa atitude por parte do PT aqui do Rio Grande do Sul.

Mas nós esperamos que a CPI seja instalada, que possa funcionar e, mais do que isso, que possa averiguar a verdade, porque, daqui a pouco, a verdade vai até isentar o Partido dos Trabalhadores. Ninguém está fazendo uma acusação de que o PT seja culpado, mas a CPI tem essas condições de poder funcionar, de averiguar e descobrir qual a verdade. É isso que o PT não quer que realmente seja averiguada: a verdade. E é com isso que nós concordamos: que seja averiguada até o final.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje, eu gostaria de trazer para o debate, em nome da nossa Bancada do PDT, composta pelos Vereadores Nereu D’Avila, Dr. Goulart, Ervino Besson, Mario Fraga e a Verª Neuza Canabarro, uma discussão que praticamente, ao nosso Partido, remeteu muita responsabilidade na gestão do atual Prefeito Fogaça, que é o tema juventude.

Eu estive, nesta semana, visitando as novas instalações da Secretaria Municipal da Juventude do Município de Porto Alegre, que foi cedida pelo Secretario Cecchin, da SMIC, que cedeu o 5.º andar, ali na Rua dos Andradas, ao Secretário Mauro. Está no início das suas instalações e o Secretário está organizando os primeiros passos dos trabalhos a serem desenvolvidos pela Secretaria da Juventude de Porto Alegre, e nós tivemos algumas questões que foram levantadas por Vereadores e Vereadoras desta Casa, que dizem respeito à atuação dessa Secretaria.

Primeiramente, quero dizer que é com muita humildade que assumimos essa responsabilidade. Quero cumprimentar o Prefeito Fogaça, que teve a brilhante idéia de criar esse espaço para a juventude debater as políticas públicas que devem ser implementadas no nosso Município; e o fez com muita propriedade quando criou a Secretaria Municipal da Juventude, coisa que outros governos não o fizeram.

Então, eu tenho certeza da responsabilidade do Secretário Mauro com esse tema. Nós estivemos debatendo alguns Projetos. Já está em fase de andamento e já está sendo implantado o Projeto Pró-Jovem aqui na Capital, que, numa primeira fase, abrangerá um número expressivo de jovens que terão a oportunidade de voltar às salas de aula para concluírem o 1º Grau. Essa é a primeira etapa que o Pró-Jovem está disponibilizando aos jovens do nosso Município.

Alguns questionamentos foram feitos por parte da Verª Maria Celeste e da Verª Manuela no que diz respeito ao Projeto de Lei que foi apregoado por este Vereador, com o objetivo de instituir, no Município de Porto Alegre, o Estatuto da Juventude. Quero dizer às nobres Vereadoras que o nosso objetivo com este Projeto de Lei é dar a nossa contribuição no sentido de que este Projeto possa, também, ser um norte, uma referência para as atuações da Secretaria da Juventude no nosso Município. E, é claro que nós estamos aqui de peito aberto, num debate franco, cristalino, buscando - se houver alguns obstáculos de ordem jurídica e técnica –, superar as dificuldades para que, efetivamente, possamos dar a nossa contribuição. Então, peço àqueles Vereadores que, porventura, encontrarem algumas dificuldades de ordem técnica e jurídica neste Projeto, que se somem a este Projeto, por meio de Emenda, por meio de Substitutivos, para que possamos, realmente, aprová-lo, e que ele possa servir de instrumento para abastecer de idéias, trazer atividades, projetos e soluções para as políticas públicas de juventude a serem implementadas pela Secretaria Municipal de Juventude aqui na nossa Capital.

Quero, também, cumprimentar a Verª Maria Celeste e dizer que sou signatário do Projeto de Resolução de V. Exª que objetiva incluir nesta Casa, em uma das suas Comissões Permanentes, o tema juventude. Acho que é muito apropriado, acredito que, em função da Secretaria de Juventude, faz-se necessário que esse tema se torne um tema permanente de discussão e debate nesta Casa. E quero dizer que não foi só por isso que subscrevemos esse Projeto de Resolução, mas porque entendemos, sim, que o debate sobre as políticas públicas de juventude deve-se dar em caráter permanente nesta Casa, pela relevância do tema.

Quero dizer também que tenho percebido que, muitas vezes, o Projeto de Lei do Executivo que autorizou até o investimento de cinco milhões de reais para a Secretaria Municipal de Juventude tem sido muito criticado. Eu acho que nós deveríamos entender ao contrário; isso demonstra a boa vontade do Prefeito Fogaça em estar disponibilizando até 5 milhões de recursos para que esses programas, enfim, as atividades da Secretaria de Juventude possam se concretizar e tenham êxito no Município de Porto Alegre, coisa que nós não pudemos perceber em outros governos. Então, quero frisar esse termo “até”, porque tenho certeza de que não vai ser todo esse montante que vai ser investido neste primeiro ano. Mas esse montante demonstra a importância, a relevância do tema e o caráter de extrema importância que dá este Governo ao tema juventude, quando prevê disponibilizar tamanho recurso para os seus projetos e atividades. Então, meus cumprimentos a este Governo, meu desejo de êxito à Secretaria de Juventude de Porto Alegre, porque se criou muita expectativa em torno desse tema, e eu tenho certeza de que o Secretário vai conseguir desempenhar uma boa missão nessa responsabilidade que lhe foi atribuída, com o apoio da nossa Bancada e da Bancada do Governo nesta Casa. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães, demais Vereadoras, demais Vereadores, pessoas que nos assistem, eu tenho, aqui, diversos temas para tratar, mas, instado por algumas intervenções, eu não queria deixar passar algumas considerações sobre o combate à corrupção no nosso País. É preciso dizer, Ver. Adeli Sell, que nenhum Governo combateu a corrupção e a malversação do dinheiro público como está fazendo o Governo Lula. E já foram colocados vários dados aqui sobre isso. Nos últimos dois anos, foram investigadas 819 pessoas por suspeita de corrupção, dentre elas políticos, empresários, juizes, policiais, servidores públicos. Dessas 819 pessoas, 290 eram servidores públicos e 120 eram policiais. Além dessas 819 pessoas, foram investigadas mais 415 pessoas, totalizando 1.234 pessoas. A Controladoria-Geral da União foi reforçada! Foi criado o Departamento de Recuperação de Ativos no Ministério da Justiça! Foram recuperados, Ver. Dr. Goulart - V. Exª que demonstrou surpresa -, dois bilhões e setecentos milhões de reais! A Máfia do Sangue, que há doze anos sugava o dinheiro público e usava os bancos de sangue para isso, foi desmantelada! Quem é que estava no Governo há doze anos, Ver. Sebastião? Eram, evidentemente, os governos neoliberais do Collor de Mello, do Fernando Henrique, e assim por diante! Mas há mais coisas! Alguns falam, aqui, por Partidos, que, quando estavam no Governo, impediram a instalação da CPI da compra de votos da reeleição do Fernando Henrique; impediram a CPI das privatizações - privatizações essas que o Elio Gaspari denomina de “privataria” neste País! Então, vamos falar a realidade, e a realidade é essa!

Então, o Governo Lula está exigindo do Ministro Bastos que haja uma averiguação sem apadrinhamento, sem perseguição.

Aliás, é bom dizer que não são os Partidos da Frente Popular que têm sido denunciados, é bom dizer! E nós temos que respeitar o direito de defesa. Um deles é o do Ministro do PMDB; nós respeitamos! Enquanto não for comprovado, não pode ser declarado culpado. Outros são Diretores indicados pelo PTB. Quem somos nós para crucificar o PTB? Nós respeitamos.

Se hoje a corrupção está saindo de debaixo do tapete, é porque há um Governo que está acionando a investigação. Nunca a Polícia Federal trabalhou tanto, nunca o Ministério da Justiça trabalhou tanto, denunciando o mau uso do dinheiro público.

Eu queria falar de outras coisas importantes também. Queria chamar a atenção para o pacote do Governo Federal, que levará a uma grande redução dos preços dos remédios. Uma das medidas é a venda fracionada dos remédios; quantas vezes nós vamos comprar um antibiótico, precisamos de uma cartela de oito unidades e temos que comprar uma caixinha com 20, e com prazo de validade! Então, o fracionamento será algo importante.

Também foi zerada a alíquota de PIS e Cofins para cerca de mil apresentações de remédios e para 253 substâncias ativas. Há mais outras medidas no pacote. A imprensa chega a falar na possibilidade de redução de 50% no preço dos remédios, Ver. Brasinha, V. Exª que é um homem preocupado com as questões sociais.

Outra ação muito importante do Governo Federal, para aquelas vivandeiras do caos, que só querem ver problemas, é essa viagem do Presidente Lula ao Japão e à Coréia. Já estão previstos empréstimos do Japão, para projetos petrolíferos, no valor de 1,7 bilhões de dólares para oleodutos, para refinarias; com a Coréia, já temos um intercâmbio comercial de mais de 3 bilhões de dólares, com superávit para o Brasil.

O Brasil, Ver. Sebastião, está mostrando o seu papel de liderança mundial. Há aqueles que são apaixonados pelos Estados Unidos e pela dependência a eles, que queriam ir para a ALCA. Aliás, o Fernando Henrique já tinha assinado para, em 1º de janeiro, estar sob os grilhões da ALCA. O Governo Lula, com muita habilidade e diplomacia, afastou a ALCA, está fazendo política internacional com o Oriente Médio, com a África, agora com o Japão, com a Coréia, com a China, com a Índia, com a Rússia, com toda a América, com o Mercosul, mostrando - nada contra os americanos, é nosso parceiro importante, não é Verª Celeste? - que não somos colônia dos americanos, não. Nós temos independência. Quando reunimos os árabes aqui, e os americanos pediram para ter um observador, o Lula disse: “Não, aqui é reunião América Latina e árabes.” Esta terra tem dono agora, meus amigos. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, meus colegas Vereadores, minhas colegas Vereadoras, inicialmente, eu quero ratificar o que eu já fiz pessoalmente à Verª Margarete, sempre tive um carinho muito especial por ela e acho que o seu ato, no sentido de fazer a doação de um dos seus órgãos ao seu marido, merece ser sublinhado. Eu queria, então, deixar aqui, desta tribuna, à Margarete esse carinho todo especial que a Casa e toda a Cidade, enfim, depositam a ela por mais esse gesto.

Bom, eu queria dizer aos meus colegas Vereadores que o instituto da CPI não deve ser um instituto da banalização. Eu nunca concordei e não concordo que uma CPI se torne instrumento de instabilidade de um Governo, seja ele de qualquer nível. Portanto, eu não vou pregar uma CPI, Ver. Paulo Odone, para transformar em um palanque eleitoral. Desculpe-me a Bancada do PT, que cometeu muitos erros nesses 20 anos, porque, por questões menores, neste País, o PT sempre ia para as esquinas das Capitais e das principais cidades pegar assinatura e colocar outdoor pedindo CPI contra muitas pessoas inocentes deste País. E está pagando o preço disso. Será que o “DNA da Frente Popular” mudou? Porque o “DNA da Frente Popular” que eu conheci há 10 anos, Ver. Luiz Braz, era de atirar violentamente, assacar de forma irresponsável contra muitos cidadãos e políticas deste País. Eu defendo uma CPI, porque eu defendo as instituições republicanas. Eu acho, Verª Sofia, que nós não podemos nivelar por baixo. Vou começar pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos: 99% dos seus servidores são gente séria, honesta, que construíram essa grande Empresa pública. E não pode, Ver. Haroldo, pairar sobre esses 99% de honestos qualquer dúvida sobre as suas atitudes enquanto funcionários. Para isso, a CPI tem de averiguar, mandar para o Ministério Público para colocar na cadeia, sim, aqueles, Ver. Dib, que porventura estejam envolvidos com o desvio de verbas públicas. Mas quero dizer que o caso dos Correios é a ponta do iceberg, e é por isso que o PT não quer a investigação. Porque começa na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, chega no Instituto de Resseguros do Brasil e vai bater na Casa Civil. Porque o Sr. José Dirceu disse – está na revista Veja desta semana, que circulou ontem à noite – que o tesoureiro do PT não resiste a uma investigação. E quem está dizendo é o Ministro da Casa Civil do Governo Lula, porque sabemos que o Sr. Delúbio, além de viajar nas caravanas oficiais com o Presidente ao Exterior, tem, freqüentemente, recebido empresários, na sede do PT, para suas gordas contribuições ao Partido. Essa é a questão; nós, que lutamos por democracia neste País, Verª Neuza, não queremos a instabilidade do Presidente Lula, pelo contrário, ele foi eleito pelo voto democrático, tem que cumprir o seu mandato. Nós não podemos ser coniventes com a corrupção; nós não podemos ser coniventes com esse processo no qual as instituições estão desacreditadas. Façam uma pesquisa hoje. O Congresso Nacional vai receber nota negativa, porque nivelam por baixo dizendo que todos os políticos são corruptos, e isso não é verdade! Então, nós queremos, sim, dizer que defendemos, mas com esse espírito e não como vendeta, não é uma CPI contra o PT, não é uma CPI contra o Lula, é uma CPI a favor do Brasil. Mais do que isso, o meu Líder maior tem defendido isso a vida inteira: este Brasil não tem que ter CPI só para os corruptos, tem que ter para os corruptores! Porque esses, sim, estão impunes, porque ganham muito dinheiro, fruto da corrupção e da propina neste País e devem ser enquadrados também! Parabéns, Senador Paim! Ouvi sua entrevista atentamente quando estava voltando de Cruz Alta, hoje, a Porto Alegre; ouvi atentamente a sua entrevista. Ele dizia que, em dez minutos, iria para a tribuna do Senado para ratificar, dizendo: ”Vou assinar a CPI, como muitos petistas estão assinando, justamente para defender aquilo que o PT sempre defendeu, a vida inteira, que é a transparência da vida pública e no exercício da coisa pública.” Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Paulo Odone está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULO ODONE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje aqui foi provocado um tema – é uma pena que o Ver. Raul Carrion e a Verª Manuela não estejam no plenário – que distorce a óptica de um Projeto nosso. O Ver. Carrion apresentou a esta Casa um Projeto de Lei determinando o pagamento de meia-entrada aos estudantes nas casas de espetáculo, lazer, cultura e esportivas de Porto Alegre. E determinava, neste Projeto, que a credencial para o estudante ter esse direito era a carteira emitida pela UNE e distribuída pelas entidades coligadas.

O que nós fizemos? Pesquisando essa matéria, esse histórico, vimos que, lá em Belo Horizonte, um Vereador da Bancada do Partido dos Trabalhadores, pegando o gancho de uma Medida Provisória do Governo Federal anterior, do FH, fez um Projeto de Lei que se transformou em Lei e foi sancionada pelo Prefeito de Belo Horizonte - Ver. Adeli Sell, do seu Partido, o PT -, de uma forma muito arejada. E nós achamos que aquela postura era de abertura, as justificativas eram de inclusão social. O que nós fizemos, semelhante a esse Projeto de Belo Horizonte? Será assegurada a meia-entrada aos menores – menor, no nosso Substitutivo, está com 21 anos; mas já disse dezenas de vezes que podemos baixá-lo para os 18 anos, que é a tradição –, que terão acesso mediante a apresentação da Carteira Nacional de Identidade, à semelhança, igual, ipsis litteris, à Lei Federal.

É menor de idade? Nós determinamos que esse documento - a Carteira de Identidade - lhe permita ter o acesso com meia-entrada. Significa que nós estamos quebrando a posição elitista de dizer, Ver. Brasinha, que apenas aquele que é estudante é que vai ter essa possibilidade. Que o jovem que esteja trabalhando ou que não esteja na universidade ou na escola pública secundária - às vezes até frustrado -, ou que esteja fazendo cursinho, preparando-se para o vestibular, ou recuperando o tempo perdido, que esse menino, esse moço possa entrar com a sua Carteira de Identidade. Essa é a grande diferença. Enquanto o Projeto do Ver. Carrion assegura meia-entrada a quem tem a carteirinha emitida pela UNE - nós sabemos que a grande fonte financeira da UNE ainda é a emissão dessa carteira, está no seu site, que é distribuída pelas coligadas -, nós democratizamos: terá acesso quem tiver menos do que os 21, ou 18 anos, aquele cidadão que estuda e que apresentar a carteira emitida pelo seu grêmio estudantil, pelo seu DCE, pela entidade que ele escolher, e não a que nós vamos mandar dizer que é a da UNE. Não é, Ver. Carrion, porque a UNE é controlada pelo PCdoB, pelo seu Partido - acho que os Partidos têm o direito e o dever democrático de lutar por essas entidades -, mas, sim, porque acabou o tempo do monopólio.

Eu não posso aceitar que em 2005 se fique, em nome da história do movimento estudantil, “botando goela abaixo” que há que procurar a UNE ou a sua coligada! Não! A pessoa vai procurar quem quiser! E, se preferir, vai procurar a sede da sua escola, onde estuda ou trabalha, e que possa estar documentado por ela e ter acesso. Ou seja, o Projeto, Ver. Carrion, não é de combater as entidades, é de libertá-las para que seja de livre escolha esse processo, para que não haja “donos” disso! Não é para enfraquecer nenhuma entidade, é para fortalecer todas que possa haver, e para deixar ao estudante que opte, que escolha pela sua entidade.

E quem não é estudante e está num cursinho, e hoje não consegue a carteirinha da UNE, esse, com a sua Carteira Nacional de Identidade, se tem menos de 21 anos - ou podemos reduzir para 18 -, terá acesso, igual a qualquer outro. É a inclusão social! Não é a elite, apenas, de uma categoria de jovens; todos os jovens terão direito! Essa é a diferença objetiva do Projeto do Ver. Carrion e do nosso Substitutivo. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. MARIO FRAGA (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro a seguinte ordem, que foi acordada, para a votação de hoje: Requerimento nº 135/05; o Requerimento nº 154/05; Requerimento nº 153/05; o Requerimento nº 143/05; Logo após, o PR nº 077/05; PLL nº 229/04; PR nº 062/05; PLL nº 063/05; PR nº 014/04; PR nº 096/04 e PLCL nº 001/05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento do Ver. Mario Fraga solicitando alteração na ordem de votação dos Processos constantes da Ordem do Dia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. N.º 135/05 – (Proc. nº 2969/05 – Mesa Diretora) – requer Sessão Solene a ser realizada no dia 31 de maio de 2005, às 19 horas, de outorga do Prêmio Dilamar Machado aos jornalistas que  se destacaram na cobertura do carnaval de Porto Alegre e ao melhor Presidente de Escola de Samba de cada grupo. (incluído em 18-05-05)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães):  Em votação o Requerimento n.º 135/05, de autoria da Mesa Diretora. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. N.º 154/05 – (Proc. nº 3195/05 – Ver. Mario Fraga) – requer que o Período de Comunicações, no dia 30 de maio de 2005, seja destinado a assinalar o transcurso do 25º aniversário de fundação do Partido Democrático Trabalhista (PDT). (incluído em 19-05-05)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento n.º 154/05, de autoria do Ver. Mario Fraga. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. N.º 153/05 – (Proc. nº 3173/05 – Ver.ª Mônica Leal) – requer Moção de Solidariedade à Comunidade Judaica pela ação violenta contra um grupo de jovens judeus, cometida por três Skinheads. (incluído em 23-05-05)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento n.º 153/05, de autoria da Verª Mônica Leal. O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 153/05.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, colegas Vereadoras e Vereadores, cidadãos, cidadãs de Porto Alegre; Verª Mônica Leal, parabéns pela sua proposição. A Bancada do Partido dos Trabalhadores vota favoravelmente, pois acreditamos que seja fundamental esta Moção, pelo gravíssimo problema ocorrido na cidade de Porto Alegre, na Cidade Baixa - o nosso Brooklin -, um bairro importantíssimo, que hoje, infelizmente, está tomado pela total e absoluta insegurança.

Dias atrás, na Rua João Alfredo, sexta-feira à noite, passa um carro, pessoas no carro, tiros a esmo; violência na esquina da Rua da República com a Rua João Alfredo, pessoas foram atingidas por balas. Aqui denunciei a venda de drogas dentro do Colégio Rio de Janeiro; jovens armados dentro do Colégio Rio de Janeiro; venda de drogas na calçada, na sala oposta, na frente de uma lancheria que todo mundo sabe qual é, o lugar onde se vende mais droga por metro quadrado na cidade de Porto Alegre. Essa é a Cidade Baixa, com problemas, com perturbação da ordem, com violência; noites e noites com arrastões, roubo de celulares dos jovens, roubo de tênis. Os jovens estão numa total insegurança quando vão se divertir na Cidade Baixa.

Não vou, aqui, discutir o que discutimos na sexta-feira, numa reunião especialíssima aqui na Câmara, da Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, sobre a questão da disputa entre comunidade, bares e as pessoas que usufruem desse espaço; essa é outra discussão.

Não bastassem todos esses problemas, nós tivemos esse grave problema, de os skinheads terem agredido jovens judeus, na semana em que comemorávamos os 60 anos do fim da 2ª Guerra Mundial, na semana em que aqui se fez uma Sessão Solene, em que se discutia a criação do Estado de Israel. Essa violência é inconcebível, inaceitável, por isso, esta Moção tem todo o sentido, deve ser discutida, encaminhada e votada, porque nós temos de ter posição sobre essas questões. Esse tipo de violência não pode prosperar.

Há alguns dias, na mesma semana em que se comemorava os 60 anos do fim da 2ª Guerra, os mesmos skinheads, os carecas, os cabeças peladas, tinham uma faixa muito grande, enquanto o povo alemão festejava 60 anos do fim da guerra, escrito: “Wir feieren nicht” - “Nós não festejamos” -. Os seus asseclas no Brasil, que foram desmantelados pela nossa Polícia, que agiu correta e agilmente, estavam com todo um aparato neonazista em suas casas. Portanto, este é um debate, que esta Casa, sim, tem de fazer; nós temos de nos posicionar, nós queremos paz, nós queremos harmonia, nós queremos a solidariedade entre os povos, nós estamos cansados das guerras, nós estamos cansados da violência, nós temos de agir e temos de exigir dos Poderes Públicos constituídos não apenas averiguação, mas também punição. Esses jovens têm que ser punidos; agora sabemos quem são, têm nome, têm endereço, têm RG. Portanto, nós esperamos que a Justiça seja ágil e condene esses malfeitores, que não se prossigam com os barbarismos produzidos pelos skinheads, cabeças peladas - é assim que se chama em bom português -, que vença, finalmente, a paz, a harmonia, a solidariedade entre os povos. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 153/05.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu fico feliz em encaminhar a Moção de Solidariedade e muito triste que, em pleno ano de 2005, nós tenhamos de estar, nesta Câmara de Vereadores de Porto Alegre, numa Cidade com tantas tradições democráticas, debatendo agressões dessa natureza, que são, na minha opinião, as mais tristes e aquelas que demonstram o nível ou a ausência total de qualquer perspectiva humana nos jovens da nossa Cidade, do nosso País; quando debatemos que três jovens foram agredidos, única e exclusivamente, por serem judeus, por usarem os seus kipás, por terem uma determinada visão de mundo e uma origem étnica. Isso não apenas porque comemoramos os 60 anos do fim daquela guerra de tanto sangue, de tanta dor, de tanto pavor, que espalhou tanto ódio pelo mundo, mas porque queremos, construímos e lutamos, todos os dias, nesses 60 anos, para que este fosse o mundo de paz e o mundo de igualdade.

O mundo de igualdade entre homens e mulheres que tenham qualquer orientação sexual, um mundo de igualdade entre homens e mulheres que tenham qualquer cor, qualquer religião, qualquer hábito, qualquer tipo de vida que queiram ter e que possam, pela nossa Constituição, ter a liberdade para viver em qualquer espaço, em qualquer dia, em qualquer horário, plenamente, essas suas opções, essa sua maneira de ver, de sentir, de encarar a vida.

Verª Mônica, esta Moção me remete a alguns debates e a algumas outras manifestações dessa total ausência de perspectiva da nossa juventude: ao casal de homossexuais que foi espancado na Av. Lima e Silva por um dono de bar; aos mendigos que foram assassinados por uma verdadeira trupe de policiais daquela cidade que formavam batalhão de extermínio de moradores de rua, há pouco tempo. Mas também me remete a outras discussões, por exemplo: a de quando nós vamos conseguir construir um mundo em que os homens e as mulheres valham por aquilo que são, o seu interior, e não por aquilo que têm ou que julgam ser o correto ter, o correto viver. Quando vamos viver em um mundo que consiga, de fato, garantir os direitos mínimos para os seus cidadãos; que consiga, de fato, a partir da educação, e não porque sempre reafirmamos a educação, mas porque eu tenho a convicção de que apenas a partir dela vamos poder construir homens e mulheres que se vejam com as suas diferenças e todas elas é que nos tornam fantásticos, porque nós somos diferentes, mas não somos desiguais. Quando, Verª Mônica, nós vamos viver nesse mundo? Um mundo que não necessite ter guerra, porque sabe que a justiça social é o melhor mecanismo de construção da verdadeira paz. Eu achei muito triste quando li, nos jornais, a entrevista com esses jovens, um deles dizia que tinha de usar o seu kipá por baixo de um gorro para se esconder. Quando nós vamos conseguir viver em um mundo, em uma Cidade, em um País, que consiga, de fato, punir esses três jovens? Que consiga ser solidário, na dimensão mais humana, aos jovens que foram agredidos? Mas que consiga ir além disso, construindo políticas que, de fato, incluam, ofereçam alternativas, que afirmem e reafirmem as nossas diferenças, construindo a igualdade com elas e preservando essas diferenças.

Acho que a Câmara de Porto Alegre não poderia deixar de se manifestar, e fico muito feliz que tenha vindo de V. Exª, que é casada, há tantos anos, com um judeu, como sempre reafirma, mas que não tem essa origem. Porque esse não é um problema de um povo, esse não é o problema de alguns jovens que terão de deixar de usar aquilo que simboliza a sua opção, esses são problemas da vida da nossa Cidade, problemas que nós temos de debater, procurando buscar as alternativas mais profundas, procurando construir alternativas que passem pelos primeiros anos de vida de todos esses jovens, que consigam, de fato, devolver toda e qualquer dimensão humana e perspectiva de viverem em um mundo de paz, em um mundo de igualdade, em um País soberano e democrático, em que nós não vejamos mais jovens sendo espancados por terem opções diferentes daqueles que os espancaram. São gangues, sim, as dos skinheads, são gangues que, na realidade, reproduzem o que há de pior espalhado por muitos cantos da nossa sociedade, que reproduzem um preconceito sem nenhuma justificativa, porque nenhum preconceito tem justificativa. Mas nós devemos curar e cortar o mal pela raiz, educando e gerando, de fato, condições para que todos nós sejamos, de verdade, iguais, não só perante a lei, mas nas oportunidades de direitos do Estado em nossa Cidade. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Mônica Leal está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 153/05.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, ouvindo a fala dos meus colegas Adeli Sell e Manuela, duas expressões ficaram marcadas na minha lembrança: igualdade e atitude inadmissível. Foi exatamente por essas duas expressões que eu entrei com este pedido de Moção de Solidariedade aos jovens judeus que foram agredidos. E o mais triste é ler no jornal Zero Hora, um veículo de comunicação, que os jovens tinham medo de mostrar a sua religião, que usariam o kipá, que é um demonstrativo das suas religiões, embaixo de toucas ou de bonés. Isso realmente nós não podemos permitir. E o mínimo que essa Câmara Municipal de Porto Alegre pode fazer é se manifestar contra atitudes como essas. E digo aos Vereadores que esses são grupos muito bem articulados, que começam inclusive a trabalhar na Internet, que fazem grandes movimentos, que têm códigos, e quando interrogados na Polícia eles têm uma frase básica: “Não sabemos”, “Não sei”. Então, nós não estamos lidando com pessoas primárias; pelo contrário. Aos 60 anos do fim da 2ª Guerra Mundial, quando eu, nesta Câmara, fiz um grande evento em solidariedade à independência de Israel, dois dias depois nós nos deparamos com esse tipo de atitude. Isso realmente nós não podemos aceitar e eu acredito que os Vereadores aceitaram muito bem a minha intenção.

Agradeço a todos, em nome da comunidade judaica, da qual eu me considero parte, e também como Vereadora.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 153/05.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, está passando na cidade de Porto Alegre um filme chamado “A Queda”, proveniente da idéia de um livro anterior: “Ascensão e Queda do Terceiro Reich”. A queda do Terceiro Reich é agora mobilizada por historiadores. E do trabalho desses historiadores e da entrevista com pessoas que viveram com a intimidade do Terceiro Reich se dá o enredo do filme “A Queda”. Mas, no momento em que se completaram os 60 anos do fim da 2ª Guerra Mundial, houve, no mundo, num pequeno número de anos para cá, uma emergência do neonazismo e uma outra forma neonazista, um pouco disfarçada, em que havia, Verª Mônica Leal, uma forma, praticamente, de inocentar Hitler e seus carrascos, dizendo que, apesar de todas as violências, eles eram humanos. Não! Perderam a condição humana! Não pelo erro, mas pela reconstituição daquelas legiões de pessoas que, caminhando, descendo dos trens, se endereçavam aos fornos crematórios.

A destruição em massa, a mortandade inexplicável e insuportável, era baseada - e esta é a questão fundamental -, num processo ideológico, numa questão em que a ideologia impunha uma questão étnica, uma questão racial insuportável.

E, agora, o recrudescimento de determinadas ações, inclusive na cidade de Porto Alegre, de determinados programas com grande audiência - que tentavam, não digo inocentar, mas compreender a incompreensível ação dessa ditadura insuportável de direito do nacional socialismo - fez com que, na cidade de Porto Alegre, também se movessem outras pessoas, inclusive, da comunidade judaica, na defesa da idéia de que nunca mais queremos ter, no mundo, questões desse tipo.

Evidentemente que isso se liga à questão deste fim da Guerra, da 2ª Grande Guerra, ao conflito palestino com os judeus.

E, lá, no Oriente, essa guerra que se dá, insuportável para os dois lados, e que na busca de uma solução, de uma paz para o problema, não inocenta nenhum dos lados. Não! Ao contrário, culpa os dois lados.

Mas isso também não pode ser motivo para crescer a questão do nazismo e do neonazismo nas cidades. Motivo pelo qual, Verª Mônica Leal, quero lhe cumprimentar pela atitude. Eu sei que seu marido é de origem judaica, mas que se fosse qualquer outra etnia que tivesse sofrido esse atentado, seja negro, seja índio, seja amarelo, eu tenho certeza de que Vossa Excelência tomaria a mesma atitude. No Século XXI, no ano de 2005 é incompatível pensar em extermínio em massa, pensar nesse tipo de genocídio e, fundamentalmente, um holocausto que se pergunta até hoje: para quê? Se, muito rapidamente e da forma mais efêmera possível, terminaram os regimes nazistas, banidos da superfície da terra, como devem ser banidas todas as outras ideologias totalitárias, porque agora não é mais nem comunista e nem socialista, não; agora é democrata e não-democrata. O que não serve mais para a sociedade atual são as ditaduras, porque as utopias ditatoriais, essas estão desaparecendo do mundo e vão desaparecer totalmente. A busca de uma nova díade entre democracia e não-democracia faz com que, em todos os cantos do planeta, sejam banidas das sociedades as idéias ditatoriais, e que seja o mando, o poder, de baixo para cima e nunca mais de cima para baixo. Nunca mais o holocausto, nunca mais genocídio, nunca mais esse extermínio em massa que manchou, e tanto, a estrutura da espécie homini.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 153/05.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, primeiramente queremos parabenizar a Verª Mônica que está trazendo para esta Casa esse tipo de discussão. Esse fato foi tão discutido dentro da sociedade de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, e tenho certeza de que no mundo, pois esse fato extrapolou o próprio Brasil. Na realidade não teve nada de ingênuo e inocente. São jovens que tiveram a clara intenção de mostrar que aquele episódio do holocausto não ficou esquecido, não está morto. E há vários grupos em todo mundo que tentam reeditar com atitudes como essa. Na realidade esse atentado não foi só contra o povo judeu; foi contra todos os jovens, contra toda a sociedade de nossa Cidade, que, de uma maneira ou outra, fica preocupada, porque esses jovens não estão espelhados em valores e têm as suas dificuldades de organização familiar.

Isso saiu em diversos órgãos da nossa imprensa, várias instituições, inclusive com pedido nos diversos jornais, repudiando essa atitude de forma veemente. Portanto, esta Casa, que é a Casa do diálogo, a Casa do debate, tem, sim, a obrigação de vir a público e manifestar nosso protesto. E esperamos que esses jovens recebam a punição merecida porque eles foram identificados, inclusive um dos jovens agredidos quase veio a falecer, mostrando que essa onda de violência se repete sob vários prismas. E, na realidade, muitas vezes, ocorre porque os jovens não têm as suas perspectivas em termos de valores, não têm os verdadeiros sentidos da vida. E aí, cabe, com esse tipo de discussão, mostrar que não é nesse vazio, nesse ato de não ter nada - muitas vezes são jovens tímidos que querem mostrar a sua face oculta, porque eles não têm coragem de se mostrar publicamente -, nessa face oculta que eles acham que tudo podem, tudo querem e tudo devem fazer. Portanto, Verª Mônica Leal, queremos parabenizá-la pela iniciativa, e, ainda mais por nós estarmos discutindo esse problema, pois cada familiar do nosso Rio Grande, dentro das suas casas, tenho certeza de que repudiou e muito esse tipo de atitude, porque aqueles atos que, muitas vezes, pensamos que não vão ocorrer, são reeditados e estão latentes dentro da sociedade. E para tentar extirpar isso só com ações de forma clara, precisa, que o Poder Público, depois, vai ter de acionar em função dessa gravidade. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento n.º 153/05.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr. Presidente, eu vou dispensar o tempo de 5 minutos, para, brevemente, registrar a solidariedade da Bancada do PMDB a este Requerimento e cumprimentar, pela iniciativa, a Verª Mônica Leal, acrescentando tão-somente que episódios como esse, estabelecendo repúdio da nossa Casa, deve nos advertir, permanente e renovadamente, para os riscos da intolerância, que tem a sua matriz na discriminação, qualquer que seja ela.

A democracia, infelizmente, nem sempre se atenta para a necessidade da firmeza diante da discriminação de qualquer natureza. E a democracia, às vezes, confunde o regime da convivência com o regime da complacência. E não se pode admitir qualquer espécie de leniência com a discriminação, porque ela é sempre uma matriz autoritária, antidemocrática e fascista. Nossa solidariedade à comunidade judaica, por isso, é irrestrita, e tenho certeza de que é unânime nesta Casa.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento n.º 153/05.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras e Srs. Vereadores, é profundamente lamentável o ocorrido no dia 13, quando jovens israelitas, judeus, foram agredidos de forma brutal por neonazistas. Aparentemente, é um fato isolado, mas não pode ser olhado assim. Isso está acontecendo no mundo, e na Alemanha já está assustando os próprios alemães, porque as idéias que pareciam ter sido sepultadas estão revivendo, e isso é um perigo para todos nós.

Então, a nossa solidariedade ao Requerimento da Verª Mônica Leal e, portanto, solidariedade à comunidade judaica, lembrando que esta Casa já legislou proibindo a utilização, a venda de símbolos nazistas em Porto Alegre. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal, solicitada pela Verª Sofia Cavedon, o Requerimento nº 153/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 27 votos SIM, pela unanimidade dos presentes.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. N.º 143/05 – (Proc. nº 3000/05 – Ver. Adeli Sell) – requer Moção de Apoio às ações da Polícia Federal, através da “Operação Hidra”, que levou  à prisão de contrabandistas. (incluído em 18-05-05)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento nº 143/05. O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 143/05.

 

O SR. ADELI SELL: Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, dias atrás o nobre Presidente desta Casa, Ver. Elói Guimarães, fez uma justíssima homenagem, aqui, à Polícia Federal. E eu tive a oportunidade de usar a Liderança do meu Partido para me solidarizar com as atividades da Polícia Federal. Eu achei, Ver. Elói Guimarães, que eu tinha a obrigação de apresentar esta Moção de apoio à Polícia Federal, por causa dessa Operação Hidra – e por tantas outras que foram feitas, mas esta em especial. Sou um cidadão que tem trabalhado muito contra as ilegalidades. Pois eu acho que com a gestão do nosso gaúcho Paulo Lacerda e sua equipe nós temos conseguido grandes avanços na Polícia Federal, trabalhando inclusive com a Receita Federal.

Diga-se de passagem, Ver. Elói, que, além do Paulo Lacerda dirigindo a Polícia Federal; na Receita Federal está o nosso conterrâneo, Mauro de Brito, que foi para Foz do Iguaçu e fez todo um trabalho junto com a Polícia Federal, hoje em Brasília, está cuidando exatamente dessa questão do combate às ilegalidades e trabalhando junto ao Conselho Nacional de Combate à Pirataria, cujo Diretor-Executivo, Dr. Márcio Gonçalves, esteve, dias atrás, aqui em Porto Alegre, discutindo com o Dr. Roberto Bandeira Pereira e com o Dr. Mauro Renner, do nosso Ministério Público.

Então, nós precisamos, aqui, empenhar a nossa solidariedade. Esta Câmara tem que dizer claramente, sim. O que a Polícia Federal está fazendo de bem para este País tem a nossa solidariedade, tem o nosso apoio, deve continuar nessa trilha. E digo mais, se eu pudesse, aqui, faria um movimento – e penso inclusive em fazê-lo – como uma carta-aberta ao Presidente, com a assinatura dos 36 Vereadores, para que o Governo Federal desse mais sustentação, desse mais condições de a Polícia Federal agir. Porque eu queria lembrar aos Srs. Vereadores, às Sras. Vereadoras e ao povo de Porto Alegre que, muitas vezes, a Polícia Federal, para se deslocar às nossas divisas se utiliza inclusive de uma relação - que tem que continuar existindo, porque até é poupança para os cofres públicos - com o Exército Brasileiro, Ver. Ismael. O Exército Brasileiro tem dado, muitas vezes, sustentação à Polícia Federal para trabalhar nas fronteiras, dando guarida à nossa Polícia Federal. É por isso que eu acho importante que a Operação Hidra tenha sido sucesso absoluto, prendendo 59 contrabandistas...

 

O Sr. José Ismael Heinen: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. ADELI SELL: Eu estou encaminhando, e em encaminhamento não se pode dar apartes, Ver. Ismael. Lastimo. Mas vejo que V. Exª também pode encaminhar pelo seu Partido, tenho certeza de que será importante para o nosso debate.

Então, temos de dar sustentação maior à nossa Polícia Federal, para que ela tenha mais condições objetivas de combater o crime organizado, porque, ao prender os 59 contrabandistas, foram desmanteladas duas empresas de fachada que faziam o transporte, duas empresas de Curitiba que estavam manchadas de sangue com a morte de caminhoneiros. A questão do contrabando, da pirataria, o que foi desmontado, em parte, pela Operação Hidra, isso não é o fim, pois sabemos que muitas coisas continuam acontecendo neste País. Por isso é que digo, inclusive, que o Exército Brasileiro tem que estar junto com a Polícia Federal nas fronteiras. Tem que ter ações comuns, combinadas com a Receita Federal, com os Governos estaduais. Mas quando vejo a Assembléia de Rondônia, por exemplo, com vários Partidos políticos envolvidos em propina, em corrupção... Está faltando, sim, o papel dos Governos dos Estados, como aqui falta, sim, o apoio da Receita do Estado, da Secretaria da Fazenda que, infelizmente, não têm dado sustentação à altura para este tipo de ação. Deixam as nossas fronteiras completamente desguarnecidas, sem os nossos técnicos do Tesouro. Falta muita gente, faltam muitos técnicos do Tesouro, e exatamente na Polícia Federal, na Polícia Rodoviária. E hoje os jornais, inclusive, dão conta de mais uma atividade da Polícia Rodoviária Federal.

Por isso é que acho importante que aqui nós marquemos a nossa posição, que esta Câmara diga que a pirataria, o contrabando, a falsificação é roubo, desemprega e coloca o nosso País no fundo do poço.

Nós vamos levantar este País apoiando a Polícia Federal e dando solidariedade à Operação Hidra. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento n.º 143/05.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães, Presidente desta Casa, demais Vereadores e Vereadoras, já na semana passada esta Casa prestou uma homenagem pelo aniversário da Polícia Federal, e hoje, certamente, iremos aprovar, pela unanimidade da Casa, esta Moção em Solidariedade, de apoio às ações da Polícia Federal por intermédio da Operação Hidra; Moção de autoria do Ver. Adeli Sell, que, evidentemente, se estende a toda a atividade da Polícia Federal. Será coincidência, Verª Maria Celeste, que no prazo de meros dez dias tenhamos uma Moção e tenhamos uma homenagem? Eu creio que não é uma coincidência. Isso decorre, como eu falei há pouco em tempo de Liderança do meu Partido, do fato de que nunca, como hoje, o Governo Federal tem trabalhado em cima da corrupção, do contrabando, do ataque à malversação do dinheiro público e, seja o Ministério da Justiça, seja a Polícia Federal, têm sido instrumentos de primeira linha, Verª Neuza Canabarro, para esse combate. Se verificarmos na imprensa, veremos, por exemplo, como a Polícia Federal, hoje, atua com independência. Daquelas 45 operações, Verª Sofia, nós temos investigações que atingiram Legislativos, Executivos e o Judiciário, dos mais variados Partidos. Nós éramos acostumados neste País, antigamente, a ver preso aquele que roubou uma galinha por necessidade de sobrevivência. E os grandes ladrões deste País, os "colarinhos brancos" andavam soltos. Mas, agora, entre os corruptos estão o Juiz Federal João Carlos da Rocha Mattos, de São Paulo; o ex-Governador de Roraima, Neudo Campos; o ex-Senador Ernandes Amorim, também de Rondônia; o ex-Coordenador-Geral de Recursos Logísticos do Ministério da Saúde, Luís Cláudio Gomes. E, assim, nós temos visto a Polícia Federal rebentar, explodir grandes esquemas de corrupção.

A Operação Vampiro, Ver. Bernardino, doze anos! Passou o Governo Collor, passou o primeiro Governo FHC, passou o segundo Governo FHC e os vampiros sugando o nosso povo. Precisou o Lula chegar à Presidência da República, Ver. Todeschini, Ver. Comassetto, para que os vampiros fossem autuados, Ver. Ismael.

Então, vejam, é como a sujeira que estava debaixo do tapete. Não é ao levantar o tapete que a sujeira se acumula. Ela estava acumulada, Ver. Ervino Besson, mas faltava um Governo comprometido com o esclarecimento da corrupção neste País! Aliás, a corrupção é histórica, Ver. Adeli Sell! Mas, agora, a coisa está começando a aparecer.

Nós temos aqui, Verª Neuza Canabarro, outro mapa do que é a ação da Polícia Federal. Eu passei os quatro anos anteriores aqui, na legislatura anterior, e não me recordo de ações efetivas, concretas, como as de hoje, contra a corrupção! Agora, alguns acham que o esclarecimento da corrupção é um demérito do Governo Lula! Não, o demérito são os corruptos! O esclarecimento é o grande mérito deste Governo, como nenhum teve. E aí, nós aplaudirmos a Polícia Federal não é nenhum favor, nós estamos simplesmente reconhecendo, porque assim como o Comandante-em-Chefe das Forças Armadas é o Presidente da República, o Comandante-em-Chefe da Polícia Federal é o Presidente da República. Então, os parabéns à Polícia Federal, são também, Ver. Professor Garcia, os nossos parabéns à ação incorruptível do Governo Lula. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 143/05.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Vereador Elói Guimarães, nosso Presidente, Vereadoras e Vereadores, venho a esta tribuna, primeiro, dizer que, evidentemente, vou votar favorável a esta Moção, não teria outro caminho. Agora, eu vejo colegas Vereadores virem a esta tribuna e defenderem este ou aquele Partido de forma veemente, como se lá, nesses Partidos, especificamente no PT, só tivesse santo. Olha, eu vou resumir, Sr. Presidente, a minha fala aqui dizendo que nós, Parlamentares, deveríamos, hoje, estar aqui de luto, porque “salafra” tem em todos os Partidos! E aquele que vem a este palanque defender um Partido, dizer que esse Partido se salva, está perdido.

Olha, nós vemos nos jornais, na televisão, no rádio e nós temos de refletir, porque, infelizmente, a classe política está desacreditada. E é muito perigoso alguém vir a esta tribuna e defender um determinado Partido como se nesse Partido todos fossem perfeitos.

 

Eu acho que chegou a hora de nós também nos respeitarmos. Dizer que esse ou aquele Partido é melhor do que os outros, que nesse ou naquele Partido não tem corrupto é uma grande falácia. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 143/05.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Elói Guimarães, Presidente desta Casa, nobres Pares, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, eu quero parabenizar o Ver. Adeli Sell por sua iniciativa, porque é fato inédito, e esperado pela cidadania desse País, que as instituições cumpram com as suas obrigações. Bem diferente do que alguns querem fazer crer, neste momento, que nós estaríamos numa crise moral neste País, numa crise das instituições. Nós temos, na verdade, no Brasil, uma percepção maior da corrupção e um enfrentamento sério com quem está envolvido em corrupção neste País. Essa é a verdade. Se nós, Ver. Sebastião Melo, quando estávamos na oposição, tivemos, muitas vezes, que recorrer à CPI, foi porque os governos não assumiam a sua responsabilidade, porque os órgãos que tinham condições e podiam investigar, combater e prender os corruptos não o fizeram, porque a corrupção era encoberta por quem detinha o poder! E ao povo, à oposição, restava buscar mecanismos como a CPI. Não que, neste momento, elas não sejam necessárias – eu até não sei se eu não assinaria essa CPI -, mas o que nós temos de reconhecer é que o PT não mudou de lado! Pelo contrário! Ao assumir a Presidência desta República, o PT assumiu a sua responsabilidade de combater a corrupção e colocou a Polícia Federal trabalhando nisso, assim como fizemos aqui, enquanto Governo do Estado, no Governo Olívio Dutra. O Governo Olívio Dutra foi corajoso, enfrentou o banditismo dento dos órgãos de Segurança do Rio Grande do Sul, enfrentou o corporativismo e, por isso, foi retaliado, teve uma CPI que não chegou a nada, que foi usada indevidamente, o que fez com que este Estado, neste momento, esteja à mercê das corporações, inoperante na Segurança e sofrendo com a violência. Essa é a verdade dos fatos!

O Governo Rigotto assumiu, separou os comandos da Brigada e da Polícia e nunca mais retomou o controle, isso sem considerar a falta de recursos, a ausência de reposição e de qualificação de pessoal. É isso, Ver. Ervino, que nós estamos vivendo aqui. Enquanto que o Governo Olívio enfrentou essa questão da Segurança e disputou uma política de Segurança que respeita o cidadão.

É isso que a gente vê no Governo Federal: a Polícia Federal está enfrentando a corrupção neste País. As inúmeras operações, como a Operação Hidra, que, neste momento, é destacada, Ver. Adeli, não pouparam os políticos, nem os do PT, Ver. Sebastião Melo! Operação Pororoca: 25 presos - entre eles o Prefeito João Henrique, do PT. Prefeitos, Deputados, juízes, funcionários públicos, sim, senhores! Esse é um trabalho com independência, um trabalho que ou o Estado faz ou a sociedade fica à mercê da violência, dos corruptos e dos corruptores. Não digam aqui nesta tribuna que o PT não quer esclarecer, que o Governo Lula não quer esclarecer! E mais: o Governo Lula não poupará a sua base aliada. No caso dos Correios, já havia investigação em andamento da Polícia Federal. Já foram afastados os responsáveis, sindicância já foi aberta e a Polícia Federal está investigando o último caso divulgado pela imprensa.

Portanto, tem mérito esta Moção; tem mérito porque este Governo está levando a sério a sua responsabilidade com a coisa pública, e, se for preciso CPI, haverá CPI. O que nós não admitimos é a farsa que foi a CPI da Segurança neste Estado, que levou o Estado do Rio Grande do Sul ao caos em que se encontra a Segurança neste momento, ao rendimento, ao corporativismo, a um Governo incompetente, paralisado, que não consegue mais proteger o cidadão.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar a votação o Requerimento n.º 143/05.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs, Vereadores, ilustre Bancada do PT, palmas ao Ver. Adeli; votaremos a favor. Só que, se arrependimento matasse, estaria morta toda a Bancada do PT e a do PCdoB pela sua votação no Projeto da Responsabilidade Civil. A Bancada do Partido dos Trabalhadores e seus aliados votaram contra uma das medidas mais moralizadoras da história da República, que foi a Lei da Responsabilidade Civil. Isso é muito interessante, porque depois, evidentemente, quando se fala em CPI - e não se quer a CPI -, elogia-se. E eu vou copiar o Ver. Ibsen Pinheiro, quando chamou a atenção de que Vereador comunista estava falando bem da Polícia! Será que se está estabelecendo a Síndrome de Estocolmo aqui? Questiona-se se houve corrupção no Governo Fernando Henrique? Houve. Há corrupção no Governo Lula? Sim. Na verdade a corrupção é inerente ao ser humano, e não a um Governo. Uma das pessoas mais dignas, mas investigadas e mais pesquisadas de toda a história dessa República foi também o Presidente Fernando Henrique Cardoso. E o que se achou dele? Absolutamente nada. E como cidadão, como ser humano? Nada. E se tivesse alguma coisa, meu Deus do céu! Na época, por uma iniciativa eleitoreira, haveria uma represália muito grande. Então, digo publicamente, e não tenho problema em fazê-lo, que acho que o Presidente Lula é uma pessoa digna e correta, porém o Governo em si está ressaltando a Polícia Federal para impedir uma CPI, como impediu a CPI que eu queria fazer na Saúde, como impediu a CPI do Estado, como impôs uma CPI para o Governo Collares. E depois de o Governo Collares ser julgado, foi absolvido e ninguém resgatou a denúncia e nem as pessoas a ela ligadas. Houve CPI, inclusive há pouco tempo, no Clube da Cidadania. Então, vamos dizer assim: que todos os Partidos, todos os Governos lutam contra a corrupção, e essa luta passa por um processo ideológico que, muitas vezes, obstrui inclusive uma das coisas mais moralizadoras do País - a Lei da Responsabilidade Civil. Por exemplo, a CPI de Santo André foi impedida, e até hoje não se sabe absolutamente nada sobre ela. São essas coisas que mostram que os governos não gostam de CPI e a gente até entende. Há um momento em que os políticos precisam pensar, raciocinar, melhorar, precisam inclusive dar vazão a todo o seu potencial de produção a favor da população do Brasil para, então, ter o reconhecimento. Enquanto houver esse tipo, grosseiro e insuportável, de desvio de verbas dos cofres da Nação, nós teremos, indiscutivelmente, uma Nação navegando perigosamente. E como nós queremos que o processo seja democrático e que Lula termine o seu mandato, esperamos que, daqui a dois anos, outro Governo se instale pelo voto direto da população, pelo voto democrático de uma população inteira. E é isso que nós vamos fazer, continuaremos trabalhando por isso.

Agora, acho que não é hora de “farisaicamente” muita gente querer apagar o fogo com uma mangueira de gasolina.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 143/05.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente Ver. Luiz Braz, presidindo os trabalhos neste momento, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, minha cara colega Verª Sofia e meu caro colega Ver. Raul, eu, às vezes, tenho uma dificuldade enorme em entender alguns pronunciamentos de alguns Vereadores! Esse é o caso do dia de hoje: os pronunciamentos do Ver. Raul Carrion e da Ver. Sofia Cavedon. Querem combater a corrupção de qualquer forma e são contra a CPI! Ora! Um Vereador pode colocar as suas posições, pois, graças a Deus, nós temos esta tribuna livre pelo mandato popular, concedido pelo povo. Mas eu fico preocupado com esse tipo de pronunciamento. E a CPI do Valdomiro Diniz, até hoje não iniciou, por quê? Não há corrupção? E a Verª Sofia e o Ver. Raul criticaram o Governo do Estado. Eu agora pergunto: a insegurança neste Estado, neste nosso País, só está acontecendo no dia de hoje? Como é que era a insegurança nos outros Governos que passaram? É só neste Governo que a segurança está um caos, como foi colocado aqui nesta tribuna? Não é assim. Não é assim, Ver. Todeschini, sempre houve insegurança!

Falando em desemprego, o Lula prometeu milhões de empregos e, até hoje, nada. Também o desemprego é motivo de insegurança.

Só agora que a Polícia Federal está sendo reconhecida? Não é assim, como foi dito aqui. Eu vou lembrar alguns fatos dos anos 70, meu caro Presidente, quando houve o problema do ágio. Só se conseguia comprar farinha de trigo, para se produzir o alimento mais sagrado do dia, o pão nosso de cada dia, com ágio! Porque eu comprei muitos sacos de farinha de trigo, milhares de sacos de farinha de trigo, mas tinha que pagar ágio! E quando a Polícia Federal entrou no jogo, e eu quero destacar aqui o Delegado Nício Brasil Lacorte, fisicamente homem muito franzino, mas de uma capacidade, de uma competência extraordinária, conseguiu, meteu a mão nos grandes e conseguiu moralizar o ágio da farinha de trigo - que vinha ocorrendo ao longo dos anos.

Na semana passada, esta Casa, por proposição do Presidente Ver. Elói Guimarães, prestou uma homenagem à Polícia Federal - 61 anos de história marcante. Uma história de homens competentes, de homens preparados e que honram a sua profissão.

Não podemos aceitar, como já disse, que um Vereador ou que uma Vereadora venha a esta tribuna dizer: ”Agora sim é que está sendo moralizada a Polícia Federal, porque está fazendo o seu trabalho.” Não é de agora, não! Ao longo da história, a Polícia Federal tem um trabalho marcante. Portanto, é mais do que justo que esta Câmara, hoje, preste essa homenagem, uma Moção de Apoio às ações da Polícia Federal, através da Operação Hidra, que levou à prisão de contrabandistas. Portanto, é mais do que justo, a Polícia Federal merece esse apoio, e, sem dúvida nenhuma, eu acho que será aprovada pela unanimidade dos colegas Vereadores e Vereadoras a proposição do colega Ver. Adeli Sell. Mais do que justa, Vereador, a homenagem. Portanto, nós, da Bancada do PDT, votaremos favoravelmente a essa justa homenagem. Encerro dizendo que essa justa homenagem é pela sua história: em todos os Governos que passaram nesse período de 61 anos, a Polícia Federal teve um trabalho honrado. Por essa honra, nós vamos prestar essa homenagem no dia de hoje. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Elói Guimarães reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Professor Garcia, o Requerimento n.º 143/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Votaram 16 Srs. Vereadores. Não há quórum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h24min.)

 

* * * * *